O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), brincou sobre uma tentativa fracassada de assassinato contra ele e os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. O comentário foi feito durante a palestra de Dino no 18º Congresso de Direito Constitucional, do IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), em Brasília, nesta 5ª feira (23.out.2025).
“Outro dia chegou um lá na porta do Supremo, pulou as grades e disse: ‘Eu vim aqui matar Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Flávio Dino’. E aí foi aquela confusão, corre a segurança, prende, etc”, disse. O Poder360 apurou que o episódio ocorreu na noite de 12 de setembro, 1 dia depois da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A polícia Judicial ordenou que o homem se retirasse do local.
Logo em seguida, ele foi abordado pela PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal), que encontrou, segundo Dino, uma “faca de grande porte, semelhante às utilizadas em açougues” em sua mochila. Conforme a segurança da Corte, foi feito um registro da ocorrência e, logo em seguida, o homem foi liberado pelos policiais.
Ao relembrar o caso, Dino contou que: “Depois, um ministro comenta com o outro. O que que eu disse? ‘Queridos, vamos botar na porta do Supremo a placa com os nomes de todos os juízes e vamos colocar em ordem de antiguidade, e exigir que essas pessoas respeitem a antiguidade’. E eu disse: ‘O Gilmar vai primeiro, eu sou o último’”.
No evento, Dino contou a história durante sua palestra na mesa “Design, segurança e bem-estar nos ambientes digitais: O novo regime de proteção do ECA Digital e os reflexos para a regulação da internet no Brasil”, no IDP, instituição da qual Gilmar Mendes é sócio-fundador.
O ministro falava sobre a decisão do STF envolvendo o Marco Civil da Internet (Lei 12.965 de 2012) e as “zonas de penumbra” na regulamentação das redes sociais. Ele mencionou ameaças que já recebeu. “Como nós recebemos manifestações gentis do tipo: ‘Você merece ser esquartejado e os pedaços do seu corpo espalhados por toda a esplanada dos ministérios’. Eu já recebi uma mensagem assim. Eu pensei que, além de tudo, vai dar um bom trabalho, porque eu sou grande, né?”, brincou.
Dino justificou as piadas: “esse é o papel do bom humor para desconstruir o ethos do ódio. Oração do bom humor de São Tomás Moro, a oração preferida do Papa Francisco”.
