O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirmou nesta 2ª feira (4.ago.2025) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria preparado conteúdos “pré-fabricados” para divulgação nas redes sociais e nos atos em seu favor realizados no domingo (3.ago). Segundo o magistrado, os materiais teriam como objetivo “coagir” a Corte e “obstruir a Justiça”.
Na decisão que decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro, Moraes alega que a “participação dissimulada” do ex-presidente nas manifestações demonstrou “conduta ilícita”. Leia a íntegra do documento (PDF – 17 MB).
“A participação dissimulada de Jair Messias Bolsonaro, preparando material pré-fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve a conduta ilícita de tentar coagir o STF e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito às medidas cautelares anteriormente impostas”, escreveu Moraes.
Bolsonaro não foi à manifestação no domingo (3.ago). Está proibido por ordem de Moraes de sair de casa aos fins de semana. Também não pode usar redes sociais ou veicular conteúdos em perfis de terceiros.
Segundo o ministro, Bolsonaro descumpriu esta última medida ao fazer participações à distância por áudio e vídeo durante as manifestações.
“Ignorando e desrespeitando o STF, o réu reiterou sua conduta delitiva, diversas vezes, tanto na produção de imagens, quanto nas ligações de áudio e vídeo, como também na divulgação maciça de seu apoio, via divulgação de suas imagens nas redes sociais […] com o claro intuito de obstrução de Justiça”, afirma Moraes.
O ex-presidente teve participações à distância em diferentes momentos. Fez uma live com apoiadores nos atos de Copacabana, no Rio, e na avenida Paulista, em São Paulo. Além disso, entrou em uma chamada de vídeo com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) enquanto o congressista participava do ato na capital paulista.
Outro descumprimento apontado por Moraes foi em uma publicação do filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com falas do pai a apoiadores reunidos na Praia de Copacabana. O congressista, que participou do ato no bairro carioca, também colocou Bolsonaro no viva-voz durante o evento.
Em sua decisão, Moraes menciona que Flávio apagou o vídeo de seu perfil horas depois com a “finalidade de omitir a transgressão legal”.
