• Sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Bolsonaro deu ao Congresso atribuições de presidente, diz líder do PT

Edinho Silva afirma que o modelo de governo do Brasil pode ser chamado, hoje, “de qualquer coisa, menos presidencialismo”.

O presidente eleito do PT, Edinho Silva, disse que os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) “repassaram ao Congresso boa parte das atribuições do presidente da República”. Com isso, o Legislativo, hoje, “executa R$ 52 bilhões” do Orçamento. 

Você pode chamar esse modo de governo de qualquer coisa, menos presidencialismo. Não é um momento simples na política”, declarou em entrevista à revista Veja publicada nesta 6ª feira (1º.ago.2025). 

Edinho Silva disse que a vitória apertada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 evidencia a necessidade de ampliar a base eleitoral do partido para 2026. Segundo ele, o desafio do PT é “dialogar com quem não escolheu Lula por alguma circunstância conjuntural, mas que já votou no PT em eleições anteriores”. 

Ele afirmou ver uma diminuição do “mau humor de uma parte do povo brasileiro” com o partido. 

“Isso dá indícios de que podemos ampliar o nosso eleitorado, mas para vencer será preciso repetir o que aconteceu no 2º turno de 2022. Teremos de criar um amplo movimento de mobilização que mostre que quem vai defender o Brasil como país, o povo e as instituições brasileiras é Lula”, declarou.

A disputa de 2026, segundo ele, será “histórica, até por conta da ascensão do pensamento fascista no mundo”. Ele citou a forma como o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano) “lida com os outros países” como exemplo desse pensamento. A reeleição de Lula, além de dar continuidade a um projeto de reconstrução das políticas públicas no Brasil, que foram desorganizadas no governo anterior, significa também impedirmos que esse pensamento fascista possa tomar corpo no nosso país. A eleição de 2026 tem um significado histórico e defendo, sim, que as nossas principais lideranças estejam no cenário político, nos ajudando a montar os palanques mais fundamentais”, declarou. 

Segundo o presidente eleito do PT, é mais importante fazer alianças do que escolher o adversário, caso Bolsonaro siga inelegível. 

Estou mais preocupado com que possamos superar a atual conjuntura, com 2 temas centrais que estão sendo debatidos: a reforma da renda, que é fundamental para o futuro do Brasil, e a soberania nacional. Não me preocupo com o adversário, penso que o Brasil precisa sair efetivamente fortalecido diante desses 2 debates”, disse. 

Ao ser perguntado sobre quem poderia suceder Lula, Edinho respondeu: “Vou responder com uma frase do próprio presidente Lula. Ele disse que o substituto não será um nome, será o partido. E ele está correto. Surgir no Brasil um outro Lula é praticamente impossível, porque as condições históricas que fizeram com que ele emergisse como liderança foram o novo sindicalismo, a crise da ditadura militar e a ascensão dos movimentos sociais. Essas condições não vão se repetir”. 

Por: Poder360

Artigos Relacionados: