• Terça-feira, 9 de setembro de 2025

Bandeira dos EUA foi uma excelente estratégia, diz Eduardo

Bolsonaristas estenderam uma bandeira norte-americana gigante na av. Paulista no Dia da Independência do Brasil.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse nesta 2ª feira (8.set.2025) que estender a bandeira gigante dos Estados Unidos na avenida Paulista no domingo (7.set.2025), Dia da Independência do Brasil, foi uma “excelente estratégia”. Segundo o congressista, o gesto realizado no ato da direita pela anistia representou um “agradecimento” aos norte-americanos.

“Em 1º lugar, é um sinal de agradecimento, é algo do espírito do povo brasileiro, o reconhecimento daqueles que nos ajudam. Em 2º lugar, não tem nada de submissão. Aquilo dali inclusive foi uma excelente estratégia porque aquele vídeo ali rodou o mundo inteiro”, disse Eduardo em entrevista ao Poder360.

Eduardo está nos EUA desde fevereiro fazendo lobby por sanções contra autoridades brasileiras para garantir a liberdade do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentar um golpe de Estado depois de perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto sob suspeita de obstruir seu julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) via articulação com os EUA.

O presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), já taxou os produtos brasileiros em 50%, sancionou Moraes com a Lei Magnitsky e cassou vistos de outros ministros do STF e de integrantes do Ministério da Saúde brasileiro. As medidas foram tomadas sob a justificativa de que o Brasil promove uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente. Trump chegou a pedir que o julgamento do aliado brasileiro fosse interrompido “imediatamente”.

Segundo Eduardo, as imagens da bandeira gigante dos EUA na Paulista seguirá circulando e chegará “cada vez mais na mão das autoridades americanas, que vão olhar aquilo dali com felicidade e ficarão estimulados a seguir o seu bom trabalho”. O deputado acrescentou que “muitas autoridades brasileiras vão carregar aquilo dali pelo resto de suas vidas, se não também encaminhar ao presidente Trump”.

Assista ao trecho da entrevista (1min9s):

No domingo (7.set), ele já havia compartilhado em seu perfil no X (ex-Twitter) uma filmagem da bandeira feita por drone, destacando que a “grande bandeira dos EUA pode ser vista em agradecimento ao presidente [Trump]”

Aliados e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) realizaram atos em várias cidades do Brasil no domingo (7.set.2025), às vésperas da semana decisiva do julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado. A 1ª Turma do STF retoma o caso na 3ª feira (9.set) e deve chegar a uma decisão até 6ª feira (12.set).

Em prisão domiciliar, Bolsonaro está usando tornozeleira eletrônica e impedido de usar as redes sociais ou “pré-fabricar” conteúdos que possam ser usados na internet a fim de interferir em seu julgamento, em curso no STF.

O principal ato foi na av. Paulista, em São Paulo. Reuniu cerca de 48.800 pessoas, segundo contagem do Poder360. O tema central dos atos foi a anistia, tanto dos condenados por invadir os prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 quanto do próprio ex-presidente. O projeto voltou a ganhar força na semana passada, com a entrada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na articulação.

No mesmo dia, partidos e movimentos sociais de esquerda também organizaram manifestações em diversas cidades. A principal foi na Praça da República, em São Paulo, com cerca de 4.300 pessoas. As reivindicações incluíram o fim da escala 6 X 1 e a reforma do IR (Imposto de Renda), com isenção para os mais pobres e aumento das alíquotas para os mais ricos. O foco, porém, foi a defesa da soberania nacional. A adesão ficou muito abaixo da registrada na Paulista.

A 1ª Turma do STF julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado. A análise do caso pode se alongar até 12 de setembro.

Integram a 1ª Turma do STF:

O Supremo já ouviu as sustentações orais das defesas de todos os réus.

Além de Bolsonaro, são réus:

O núcleo 1 da tentativa de golpe foi acusado pela PGR de praticar 5 crimes: organização criminosa armada e tentativas de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. 

Se Bolsonaro for condenado, a pena mínima é de 12 anos de prisão. A máxima pode chegar a 43 anos

Eduardo está morando nos Estados Unidos desde fevereiro de 2025 e não registrou presença ou voto em nenhuma sessão na Câmara desde sua saída do Brasil. Num primeiro momento, o deputado estava licenciado –122 dias. A licença se encerrou em 20 de julho. O deputado não participou nem de sessões em que o acesso remoto foi permitido.

Em agosto o deputado enviou um ofício ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em que pede para exercer o mandato mesmo estando no exterior. No texto, Eduardo citou as sessões remotas feitas durante a pandemia de covid como precedente.

Antes disso, porém, Hugo Motta afirmou que não pretende alterar o regimento interno da Casa para autorizar que Eduardo possa exercer o mandato de forma remota.

Por: Poder360

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