O ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), disse na 2ª feira (8.set.2025) que não comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as irregularidades dentro do INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social). Disse que as conversas com o petista eram restritas a “macropolíticas”.
Foi o relator, Alfredo Gaspar (União-AL), que perguntou ao ex-ministro se Lula havia sido informado sobre as irregularidades nos descontos associativos. “Não, em nenhum momento. Aliás, as conversas com o presidente da República são sempre de macropolíticas”, respondeu Lupi.
Segundo o ex-ministro, Lula só tomou conhecimento do esquema de descontos ilegais após a operação Sem Desconto da Polícia Federal, em abril de 2025.
Lupi afirmou em depoimento que as primeiras denúncias chegaram ainda em 2016, quando a PF abriu uma investigação que acabou arquivada por decisão judicial. Em 2020, novas acusações foram registradas, mas também não avançaram.
Somente em maio de 2023 que o INSS e a PF se reuniram para tratar do assunto, depois de denúncias de irregularidades na folha de pagamento.
Ele declarou que só teve dimensão do problema com a operação da PF em 2025: “Talvez minha maior falha tenha sido não dar dimensão ao tamanho do rombo que era isso”.
Lupi também negou que o presidente tenha pedido nomes para cargos no instituto: “O presidente Lula nunca impôs nenhum nome”.
Ele ainda rejeitou qualquer relação de influência de familiares do presidente no caso. Questionado sobre José Ferreira da Silva, o Frei Chico –irmão de Lula e vice-presidente do Sindnapi, uma das entidades investigadas–, Lupi disse: “Nunca me fez pedido nenhum”.
Durante a sessão, o ex-ministro negou ter conhecimento das adesões em bloco que incluíram milhões de beneficiários sem autorização. “Se eu tivesse sabido disso lá atrás, eu garanto ao senhor que não teria a continuidade do que ocorreu”, disse.