• Quarta-feira, 16 de julho de 2025

Apoiado por Lula, Edinho Silva é o favorito para presidir PT

Rui Falcão, Romênio Pereira e Valter Pomar também disputam o cargo em eleição direta com filiados.

O PT (Partido dos Trabalhadores) elege no domingo (6.jul.2025) o sucessor de Gleisi Hoffmann na presidência do partido depois de um hiato de 12 anos sem eleições diretas. Apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, 60 anos, é o favorito.

O atual presidente interino do partido é o senador Humberto Costa, que assumiu o posto em março de 2025 depois de Gleisi integrar o governo do presidente Lula. 

Caso seja eleito, Edinho, representante da CNB (Construindo um Novo Brasil) terá como uma de suas principais missões ajudar na organização da campanha de Lula à reeleição e na definição das estratégias do PT para o Congresso.

O deputado federal Rui Falcão, 81 de anos, da corrente Novo Rumo, é tido como o principal adversário de Edinho. O enfrentamento entre os 2 pode levar o pleito para o 2º turno, a ser realizado em 30 de julho.

Desde que iniciou um movimento para entrar na disputa, o deputado diz que sua intenção não é enfrentar Lula, mas ampliar o debate interno sobre o futuro do PT em um retorno às bases do partido.

O deputado já comandou o PT em duas ocasiões: de 1993 a 1994 e de 2011 a 2017. Em 1993, conseguiu um feito que pretende repetir agora quando derrotou o grupo de Lula e de José Dirceu.

Outros 2 nomes disputam o comando da sigla de Lula:

O Diretório Nacional aprovou em 7 de dezembro uma resolução com o calendário do que o partido chama de PED (Processo de Eleição Direta). Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atualizados até 4 de outubro de 2024, 1.653.361 são filiadas e aptas a votar.

A sigla utilizará cédulas de papel. O PT chegou a pedir urnas eletrônicas para a Justiça Eleitoral, mas apenas 16 Estados autorizaram a concessão. Por isso, adotaram um modelo unificado. O resultado, tanto da presidência nacional do partido quanto dos Estados, deve ser divulgado ao longo da semana.

Nos pleitos anteriores, realizados em 2017 e 2019, a atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi eleita e reeleita presidente do PT com o apoio do presidente Lula por meio de votação híbrida.

O mandato de presidente do PT é de 4 anos, sendo permitida até uma reeleição. Essa regra vale também para presidentes de diretórios estaduais e municipais. Trata-se de uma regra interna na legenda. Na lei brasileira, nada impede partidos de reelegerem seus dirigentes indefinidamente.

EDINHO SILVA

Edinho Silva tem 59 anos. Estudou ciências sociais na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara e é mestre em engenharia de produção pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

O petista foi prefeito de Araraquara em 2 períodos: de 2001 a 2008 e de 2017 a 2024. Edinho foi ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo de Dilma Rousseff, de 2015 a 2016. 

Ele é candidato pela corrente CNB (Construindo um Novo Brasil), ala majoritária do PT que reúne o presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, por exemplo. O próprio Lula tem manifestado apoio ao nome de Edinho em conversas com aliados.

A corrente, porém, vive uma disputa pelo controle de secretarias internas do PT, especialmente nas áreas de finanças e comunicação, pelas quais circulam o grosso do dinheiro dos fundos partidário e eleitoral. 

Edinho quer indicar nomes para essas áreas em caso de vitória. A dissidência da CNB, ligada a Gleisi Hoffmann, pretende manter o controle sobre elas.

O ex-prefeito de Araraquara defende que é preciso ampliar as alianças políticas do governo. “Precisamos construir alianças políticas amplas, mas mantendo nossa identidade e protagonismo. O PT deve ser a espinha dorsal do campo democrático e popular”, disse em seu manifesto. Eis a íntegra (188 KB – PDF).

RUI FALCÃO

O deputado federal, de 81 anos, é formado em direito pela USP (Universidade de São Paulo). Também foi deputado estadual por São Paulo.

Falcão comandou o PT nacionalmente em duas ocasiões: de 1993 a 1994 e de 2011 a 2017.

Tem ligações com integrantes da corrente Novo Rumo, mas é independente na disputa. É apoiado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e por alas da esquerda do partido, como a DS (Democracia Socialista).

Diferentemente de Edinho, critica o que chama de uma tentativa de“despolarização”, que, segundo ele, pode empurrar o partido para uma acomodação ao centro.

Dentre as suas propostas estão o apoio ao projeto que altera a escala de trabalho 6 X 1. O deputado defende principalmente uma reconexão do PT com sua base social.

ROMÊNIO PEREIRA

Romênio Pereira tem 65 anos e foi um dos fundadores do partido, em 1980. É secretário de Relações Internacionais da sigla. 

O petista é alinhado à corrente Movimento PT, com apoio de dirigentes locais especialmente na região Norte do país.

Pereira defende que o partido fortaleça sua atuação nos pequenos e médios municípios do país, e não somente no cenário nacional. 

VALTER POMAR

Formado em história e doutor em história econômica pela USP (Universidade de São Paulo), Valter Pomar tem 58 anos. É dirigente nacional do PT. 

Valter representa a corrente Articulação de Esquerda. O petista é bem-visto por grupos que defendem o retorno à pauta socialista e a reformas estruturais, como a agrária.

Em entrevista ao site do PT, disse que a sigla está ameaçada não somente pelos “inimigos”, mas também por “erros e insuficiências” do próprio partido. 

Por: Poder360

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