O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC), , afirmou que que encontrará na quarta-feira (16/7) a Câmara Americana de Comércio (Amcham) para reverter . Interlocutores afirmam que o titular da pasta destacará que a própria população estadunidense vai ser prejudicada pela medida, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
“A questão é importante e urgente, temos dois fatores: [produtos] perecíveis e outros que estão embarcados. Por isso o empenho de trabalhar. Amanhã vamos reunir com a Amcham e vamos ouvir ainda outros setores que pediram para participar, como a indústria química, cooperativas, outras confederações da Agricultura e Pecuária (CNA) e do Comércio (CNC), empresas de software, de origem americana e forças sindicais”, disse Alckmin.
A declaração foi dada durante uma reunião com representantes do agronegócio na tarde desta terça-feira (15/7). O objetivo do encontro foi discutir sobre as recentes políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, . Houve apelo para que o governo brasileiro peça prorrogação do prazo para início da tarifa, mas Alckmin descartou essa possibilidade.

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1 de 4 Alckmin e representantes do agronegócio KEBEC NOGUEIRA / METRÓPOLES
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2 de 4 Ministro da Casa Civil, Rui Costa KEBEC NOGUEIRA / METRÓPOLES
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3 de 4 Geraldo Alckmin e Rui Costa KEBEC NOGUEIRA / METRÓPOLES
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4 de 4 O vice-presidente Geraldo Alckmin se reúne com representantes do agronegócio para discutir os impactos do “tarifaço” dos EUA KEBEC NOGUEIRA / METRÓPOLES
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“A reunião foi bastante proveitosa. O compromisso do presidente Lula é de promover o dialogo, de trabalharmos juntos para reverter este quadro. Houve uma colocação que o prazo é exíguo, e pedindo um prazo maior, mas a ideia do governo não é pedir que seja estendido, mas procurar resolver até 31/8. O governo vai trabalhar para resolver e avançar nos próximos dias”, disse o vice-presidente.
Segundo Alckmin, “todos se comprometeram a trabalhar e participar” e há um apelo para que os setores dialoguem com seus parceiros importadores nos Estados Unidos. “Então trabalharemos também [com] os empresários americanos, mostrando que o prejuízo não é só para o Brasil, mas para a população americana, porque há complementariedade econômica”, completou.
Participantes
Do lado do governo:
O ministro da Casa Civil, Rui Costa.
O Vice-presidente e , Geraldo Alckmin.
O Secretário de Política Econômica do ministério da Fazenda, Guilherme Mello.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
O ministro da Pesca, André de Paula.
O secretário-executivo do ministério da Pesca, Rivetla Edipo Cruz.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
O assessor especial da área econômica do ministério das Relações Institucionais, Emílio Chernavsky.
O secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Olavo Noleto.
O secretário de Imprensa, Laercio Portela.
A ministra substituta das Relações Exteriores , embaixadora Maria Laura da Rocha.
O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do MRE, embaixador Maurício Carvalho Lyrio.
O diretor do Departamento de Política Comercial do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel.
O chefe da Assessoria Especial Diplomática, embaixador Celso de Tarso.
A chefe da Assessoria de Assuntos Econômicos e Sociais, Vilma da Conceição Pinto.
O secretário-executivo do MIDC, Marcio Rosa.
A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.
O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira.
O secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, Rodrigo Zerbone.
Representantes do agronegócio:
Vinicius Vanzella de Souza, CEO Gelprime – grupo VIVA.
Paulo Hladchuk, CEO da LDC Juices.
Pavel Cardoso, Presidente da Associação Brasileira de Industria do Café.
Roberto Perosa, Presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
Guilherme Coelho, Presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).
Eduardo Lobo, Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (ABIPESCA).
Renato Costa, Presidente da Friboi (JBS).
Silas Brasileiro, Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).
Marcio Cândido, Presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CECAFÉ).
Edison Ticle, Vice-Presidente da MINERVA.
Bruno Ferla, Vice-Presidente da BRF/Marfrig.
Celírio Inácio, Diretor Executivo da Associação Brasileira de Industria do Café.
Ibiapaba Neto, Presidente da CITRUS BR.
Paulo Pratinha, Presidente do Conselho Administrativo da Sucos BR.
Marcos Matos, Diretor Geral da CECAFÉ.
Liliam Catunda, Diretora de Relações Institucionais da ABIPESCA.
Thomaz Nunnenkamp, Diretor da Fiergs.
Gustavo Martins, Diretor da MELBRAS.
Heuler Iuri Martins, Relações institucionais e governamentais grupo (VIVA).
Reunião com o setor produtivo
Hoje pela manhã, Alckmin se reuniu com representantes do setor produtivo e afirmou que mantém esforços para reverter os tarifaços impostos por Trump. Ele destacou que as primeiras tratativas do Palácio do Planalto com a Casa Branca começaram depois que Trump sobretaxou em 10% os produtos brasileiros e em 25% o aço e o alumínio vendidos pelo Brasil ao mercado norte-americano, em abril deste ano.
“De uma carta, há dois meses, com uma carta confidencial sobre tratativas de acordo, de entendimento, mas não obtivemos resposta. Faz dois meses. Então, o que nós vamos encaminhar é uma carta dizendo ‘aguardamos a resposta e continuamos empenhados em resolver esse problema’”, disse.
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A tarifa de 50% começa a valer em 1º de agosto. Alckmin destacou que irá manter o diálogo com o comércio norte-americano para buscar a melhor saída a fim de reverter esse aumento de alíquota.
O ministro tem coordenado as tratativas do governo brasileiro diante das medidas protecionistas adotadas por Trump. Lula informou que o Brasil irá se respaldar na Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o governo Lula a adotar medidas proporcionais contra os Estados Unidos.
Lei da Reciprocidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica.
O texto estabelece critérios para suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual, em resposta a medidas unilaterais adotadas por países ou blocos econômicos que impactem o Brasil.
O decreto também formaliza a criação do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, responsável por deliberar sobre a aplicação de contramedidas provisórias e acompanhar as negociações sobre as medidas unilaterais impostas contra o país.
Integram o comitê os ministros do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que o presidirá, da Casa Civil da Presidência, da Fazenda e das Relações Exteriores.