Dólar sobe com ação dos EUA contra o Brasil e falta de acordo por IOF
No dia anterior, o dólar registrou queda de 0,46%, cotado a R$ 5,558. Ibovespa recuou 0,04%, aos 135,2 mil pontos, praticamente estável
O operava em alta nesta quarta-feira (16/7), dia em que os investidores continuam com as atenções voltadas para os impactos do tarifaço comercial imposto pelo governo dos sobre o Brasil.
No cenário doméstico, o mercado financeiro repercute a falta de acordo entre o governo federal e o Congresso Nacional em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que aumenta a incerteza fiscal.
Dólar
Às 9h17, a moeda norte-americana avançava 0,17% e era negociada a R$ 5,568.
No dia anterior, .
Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 2,3% em julho e perdas de 10,1% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (), começam às 10 horas.
Na véspera, o indicador fechou o pregão em baixa de 0,04%, aos 135,2 mil pontos, praticamente estável.
Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula baixa de 2,57% no mês e alta de 12,48% no ano.
Estados Unidos investigam o Brasil
, com base na . A medida foi anunciada nessa terça-feira (15/7), menos de uma semana após o presidente norte-americano, , taxar os produtos brasileiros em 50%.
Em um comunicado, o USTR afirmou que a análise visa a investigar práticas comerciais desleais do Brasil em relação aos EUA, e citou como exemplo as recentes disputas judiciais entre Brasil e plataformas digitais norte-americanas.
A Seção 301 faz parte da Lei Comercial dos EUA, criada em 1974, e é usada para responder ao que o governo norte-americano classifica como “práticas injustificáveis, irracionais ou discriminatórias de governo estrangeiros”.
Leia também
“Sob a orientação do Presidente Trump, estou iniciando uma investigação nos termos da Seção 301 sobre os ataques do Brasil às empresas americanas de mídia social, bem como outras práticas comerciais desleais que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores tecnológicos americanos”, disse o representante comercial dos EUA, embaixador Jamieson Greer.
Além disso, o governo norte-americano citou a fiscalização anticorrupção, proteção da propriedade intelectual, a isenção de impostos para o etanol vindo dos EUA e o desmatamento ilegal no Brasil como supostas práticas comerciais prejudiciais ao país.
Apesar disso, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA não apresentou provas das supostas práticas comerciais desleais do Brasil.
A aplicação da Seção 301 contra o Brasil foi um pedido de Trump, ao anunciar a tarifa de 50% contra as exportações do Brasil. Além de citar as acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma das motivações para a taxa, o presidente norte-americano alegou, na época, um déficit comercial inexistente para os EUA na balança entre os dois países.
Impasse sobre o IOF
No cenário doméstico, os investidores repercutem a audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo proposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no âmbito do impasse envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). .
“Após as manifestações, o ministro relator indagou se seriam possíveis concessões recíprocas que pudessem resultar na conciliação. Os presentes disseram que, apesar da importância do diálogo e da iniciativa desta audiência, preferiam aguardar a decisão judicial”, informa a ata da reunião.
O encontro não teve a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), nem do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também não compareceu. Representantes do Congresso e do governo, no entanto, foram enviados.
Participaram também o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, e advogados do PSOL e do PL. De acordo com a ata, a representante do Senado requereu a possibilidade de maior prazo para a continuidade das negociações, mantida a decisão liminar já proferida.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nessa terça . Ele disse que acredita que a solução será rápida e que o único detalhe impeditivo foram as operações de risco sacado.
Haddad avaliou que o ministro Alexandre de Moraes está bem informado sobre a situação e tirou todas as dúvidas que tinha. .
Haddad ressaltou, ainda, que as operações de risco sacado representam cerca de 10% do decreto, aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Questionado se o resultado deve impactar no Relatório de Despesas e Receitas, o ministro afirmou que vai depender da decisão de Moraes. “Mas eu entendo que pelas discussões que nós fizemos sobre o que é incontroverso, nós vamos chegar a uma boa solução”, concluiu.
Por: Metrópoles