• Quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Vaticano aponta falhas da Igreja Católica com vítimas de abusos

Relatório do Vaticano critica a Santa Sé por não fornecer informações às vítimas sobre como os relatos de abuso estavam sendo tratados

Um , nesta quinta-feira (16/10), afirma que a Igreja Católica está falhando com as de membros da Santa Sé. O documento foi confeccionado pela Comissão de Proteção à Criança do Vaticano, criada pelo falecido papa Francisco, em 2014. No relatório, de mais de 100 páginas, o alto escalão da Igreja Católica é criticado por não agir com rapidez suficiente para ajudar as vítimas e para implementar novos esforços de proteção em todo o mundo. Leia também Conforme o relatório, a Igreja Católica deve fornecer informações às vítimas sobre como as denúncias de abuso estão sendo tratadas e se os denunciados estão sendo sido punidos. “Em muitos casos, as vítimas/sobreviventes relatam que a Igreja respondeu com acordos vazios, gestos performativos e uma recusa persistente de se envolver com as vítimas/sobreviventes de boa fé”, diz o texto. Reparações às vítimas O novo documento, divulgado nesta quinta, tem como tema principal a questão das reparações para as vítimas de abuso, mas também avalia os esforços de proteção da Igreja em 22 países e em um alto departamento do Vaticano. O departamento pesquisado é o Dicastério para a Evangelização, responsável por supervisionar as operações da Igreja na maioria das nações em desenvolvimento. O relatório afirma que o dicastério tem apenas um funcionário encarregado de lidar com questões de proteção e que a falta de clareza na distribuição do trabalho em casos de abuso com outros departamentos do Vaticano “pode criar confusão e atrasos no início das investigações e no tratamento das queixas”. Entre os países avaliados está a Itália, que o documento afirma que tem demorado a lidar com essas questões de abuso por parte do clero. Segundo os dados, um questionário sobre práticas de proteção enviado a todas as 226 dioceses católicas da Itália só foi respondido por 81 delas. A Coreia do Sul, outro país avaliado, teve 100% de participação. Há décadas, a Igreja Católica vem sendo abalada por escândalos envolvendo abuso e acobertamento dos religiosos em todo o mundo. Os casos acabam por prejudicar a credibilidade da instituição, além de custar centenas de milhões de dólares em acordos. A comissão, criada por Francisco para melhorar essa resposta, foi abalada pela renúncia de vários de seus membros ao longo dos últimos 11 anos. O primeiro relatório só foi publicado no ano passado. Comissão antiabuso A comissão antiabuso é a primeira do gênero na Igreja Católica. Francisco, que morreu em abril, fez do combate ao abuso por parte do clero uma prioridade de seu papado de 12 anos. Uma das principais reformas foi a criação de um sistema global para os católicos denunciarem suspeitas de abuso ou acobertamento por parte dos bispos. O papa Leão XIV, eleito em maio para substituir Francisco, reuniu-se várias vezes com os membros da comissão e nomeou um novo presidente para o grupo, um arcebispo francês, em julho.
Por: Metrópoles

Artigos Relacionados: