Trump “poupa” 43% das exportações brasileiras em tarifaço desidratado
Dados da Câmara Americana de Comércio mostram que isenções representam US$ 18,4 bilhões de produtos vendidos aos EUA em 2024
O oficializado pelo presidente dos Estados Unidos, , nesta quarta-feira (30/7), vai “poupar” 43,4% das exportações brasileiras, segundo dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil ().
O governo norte-americano excluiu 694 produtos daqueles que terão de pagar mais de 50% de impostos a partir de 6 de agosto. Tais isenções representam US$ 18,4 bilhões em produtos vendidos aos EUA, conforme dados de 2024. Ao todo, o Brasil exportou US$ 42,3 bilhões, no ano passado.
Combustíveis representam a parcela desonerada com maior peso nas exportações. Em 2024, foram mais de US$ 8,5 bilhões exportados. Ao todo, 76 derivados dessa categoria foram retirados do tarifaço por Trump.
Em segundo, aparece o setor de aviação civil, que teve 22 produtos isentos da tarifa. Foram US$ 2 bilhões em produtos dessa categoria exportados, no ano passado. Outras exceções significativas incluem suco de laranja e derivados de aço.
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Café e carnes representaram US$ 3 bi de exportações em 2024
Duas das principais exportações brasileiras aos Estados Unidos, no entanto, seguem na lista de produtos que serão tarifados. Tratam-se do café e da carne bovina, que representaram cerca de US$ 3 bilhões em vendas ao país de Donald Trump, em 2024.
Segundo dados da , o Brasil exportou US$ 1,89 bilhão em café no ano de 2024. A quantia representa 4,7% do total. Já os produtores de carnes venderam US$ 944 milhões em produtos aos Estados Unidos no ano passado.
Tarifaço em nome de Bolsonaro
A ordem executiva de Trump, assinada e divulgada nesta quarta, se baseia na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (Ieepa, na sigla em inglês), de 1977, e declara a instauração de uma nova emergência nacional nos EUA em relação ao Brasil.
O texto acusa o governo brasileiro de perseguir, intimidar, censurar e processar politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, o que, na visão do governo Trump, configuraria violações graves dos direitos humanos e um enfraquecimento do Estado de Direito.
Segundo o documento, membros do governo brasileiro adotaram “medidas sem precedentes” para coagir empresas norte-americanas de tecnologia a censurar discursos políticos, remover usuários, entregar dados sensíveis ou mudar políticas de moderação sob ameaça de sanções severas, como multas extraordinárias, processos criminais, congelamento de ativos ou exclusão do mercado brasileiro.
Mais cedo, o governo norte-americano aplicou a Lei Magnistsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator das ações contra Bolsonaro.
Por: Metrópoles