• Quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Trump inicia reforma milionária na Casa Branca em meio ao shutdown

Trump ordena construção de salão de baile de US$ 250 milhões, enquanto milhares de servidores estão sem salário por causa do shutdown

, a Casa Branca passa por uma reforma milionária determinada pelo presidente . Parte da ala leste da residência oficial começou a ser demolida, nessa segunda-feira (20/10), para dar lugar a um novo salão de baile com mais de 8 mil m², com capacidade para cerca de 650 pessoas. O projeto está avaliado em US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 1,43 bilhão) e, segundo Trump, será financiado com recursos privados, vindos dele próprio e de empresários de setores como tecnologia, finanças e armamentos. As equipes de construção começaram a demolição pela entrada coberta e de janelas da Ala Leste. O presidente afirmou que o espaço está sendo “totalmente modernizado”, mas garantiu que a obra “não interferirá na estrutura atual”. “Ficará próxima, mas sem tocá-la, e mostra total respeito ao edifício existente, do qual sou o maior admirador. É o meu lugar favorito. Eu amo esse lugar”, declarou Trump em julho. O republicano anunciou o início das obras em uma postagem nas redes sociais, dizendo que “a construção começou” do tão “necessário” salão de baile. Segundo ele, o novo espaço atende a um desejo “de mais de 150 anos” dos presidentes norte-americanos, que sonhavam com um salão adequado para recepções, visitas de Estado e eventos oficiais. 4 imagens Fechar modal. 1 de 4 Kevin Dietsch/Getty Images 2 de 4 Kevin Dietsch/Getty Images 3 de 4 Andrew Harnik/Getty Images 4 de 4 Kevin Dietsch/Getty Images Reforma em meio ao shutdown Apesar do tom de celebração, o projeto tem gerado críticas e questionamentos. Isso porque a reforma ocorre em meio ao shutdown mais longo dos últimos anos, que já dura quatro semanas Leia também Ao menos 900 mil funcionários foram afastados sem salário, enquanto outros 700 mil seguem trabalhando sem remuneração. Estima-se que a paralisação esteja causando prejuízos de até US$ 2 bilhões por dia à economia norte-americana. A congressista democrata Suzan DelBene, de Washington, criticou o momento escolhido para a reforma. “Trump está mais focado em destruir a Casa Branca para instalar um salão de baile no estilo Mar-a-Lago do que em reabrir o governo ou garantir que as pessoas possam pagar pela assistência médica”, escreveu nas redes sociais, fazendo referência à propriedade privada do presidente na Flórida. Equipes demoliram parte da histórica Ala Leste da , na segunda-feira (20/10), para começar a construir o salão de baile do presidente , um projeto que ele disse que não interferiria no marco existente. Grandes equipamentos de construção foram vistos desmontando a fachada do edifício, parte do complexo da Casa Branca que abrigou os escritórios da primeira-dama, um teatro e uma entrada para visitantes que recebe dignitários estrangeiros. O projeto do salão de baile deve custar mais de US$ 250 milhões, valor que Trump disse em julho que seria pago por ele e por doadores. A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário sobre a obra no atual prédio da Ala Leste. A atual Ala Leste foi erguida em 1942, durante o governo de Franklin D. Roosevelt e em meio à Segunda Guerra Mundial, sobre um bunker construído para uso do presidente em caso de emergência. Do lado de fora da Casa Branca, é possível ver grandes máquinas de construção, algumas decoradas com bandeiras dos EUA, próximas à ala leste. O prédio, construído originalmente em 1902 e reformado pela última vez em 1942, abriga parte dos escritórios da primeira-dama e espaços administrativos. Incertezas sobre aval para a reforma A grandiosidade do projeto também levantou preocupações entre especialistas em preservação histórica. Robert K. Sutton, ex-historiador-chefe do National Park Service (NPS), afirmou que há “controvérsias em praticamente qualquer intervenção feita na desde que ela foi construída”, mas que, neste caso, o processo parece ter sido apressado. “Esse edifício é de uma importância enorme, é o mais importante prédio do Poder Executivo no mundo, e, ainda assim, não sabemos o que está acontecendo. Acho isso totalmente inadequado”, disse à BBC. O NPS, responsável pela administração da Casa Branca e dos parques ao redor, tem diretrizes rigorosas para qualquer reforma ou ampliação. As regras incluem a análise detalhada dos planos, revisão de custos e aprovação de arquitetos. No entanto, segundo Sutton, não há clareza se o projeto de Trump passou por esse trâmite. For over 100 years, presidents have enhanced the White House, preserving its legacy as a symbol of our nation. Today, President Trump proudly broke ground on the new, big White House Ballroom. Privately funded, it costs taxpayers nothing & will be cherished for generations. — The White House (@WhiteHouse) A Comissão Nacional de Planejamento da Capital, que normalmente supervisiona grandes obras federais em Washington, também não confirmou ter recebido os planos do novo salão. O presidente da comissão, Will Scharf, que também atua como secretário de gabinete da Casa Branca, afirmou, em setembro, que o órgão “não tem jurisdição sobre demolições ou preparação de terrenos em propriedades federais”. Mesmo sem aprovação formal, a Casa Branca anunciou que escolheu a empresa Clark Construction para liderar a obra e o escritório McCrery Architects para o projeto arquitetônico. O arquiteto-chefe, Jim McCrery, afirmou que o objetivo é “preservar a elegância do design clássico e a importância histórica” da residência. Já o Serviço Secreto será responsável por ajustes de segurança na nova estrutura. Trump tem promovido uma série de mudanças na Casa Branca desde o início do mandato. Neste ano, o presidente mandou decorar o Salão Oval com detalhes dourados e substituir parte do gramado do Jardim das Rosas por concreto, para instalar mesas e cadeiras.
Por: Metrópoles

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