• Quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Trump cobra milhões do próprio governo por ter sido investigado

Trump alega ter sido alvo de perseguição política durante o governo Biden e pede compensação do Estado que ele mesmo comanda

apresentou um pedido de compensação de US$ 230 milhões (cerca de R$ 1,23 bilhão) ao Departamento de Justiça do país por investigações federais que o tiveram como alvo durante o governo de Joe Biden. A informação foi divulgada pelo The New York Times. Segundo o jornal, Trump busca ressarcimento por supostas violações de direitos em duas investigações conduzidas enquanto o presidente democrata estava na . Uma delas é a apuração sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, que o republicano venceu. O caso foi liderado pelo procurador especial Robert Mueller, cujo relatório concluiu que não havia provas de conspiração entre a campanha de Trump e Moscou, mas também não descartou a possibilidade de obstrução de Justiça. Apesar das suspeitas, o então presidente não chegou a ser acusado formalmente. A segunda investigação citada diz respeito à operação de busca e apreensão realizada pelo em 2022, em Mar-a-Lago, residência de Trump na Flórida. Na ocasião, agentes federais recolheram mais de 100 documentos classificados como “confidenciais” ou “ultra secretos”, encontrados em diferentes cômodos da propriedade, incluindo um banheiro. O caso gerou ampla repercussão e foi um dos fatores que ampliaram o cerco judicial contra Trump. Investigações foram encerradas, mas Trump quer ressarcimento Com o retorno do republicano à Casa Branca, todas as investigações foram encerradas pela Justiça norte-americana. Agora, ele alega que as ações representaram uma “perseguição política” por parte do e, por isso, pede ressarcimento pelos danos sofridos. De acordo com fontes do Departamento de Justiça ouvidas pelo NY Times, o presidente formalizou a queixa por meio de um requerimento administrativo, um tipo de reclamação apresentada a órgãos do governo. Caso o pedido seja negado ou não resulte em acordo, Trump poderá levar o caso aos tribunais. Em uma fala recente no Salão Oval, no último dia 15, o republicano fez referência ao assunto de forma irônica. “Tenho um processo que estava indo muito bem, e quando me tornei presidente pensei: vou me processar. Não sei como resolver o processo. Vou dizer: me deem X dólares, e não sei o que fazer com isso. Parece meio ruim, vou processar a mim mesmo, certo? Mas foi um processo muito forte, muito poderoso”, disse. Trump indenizado pelo governo que ele mesmo comanda A situação tem gerado preocupação entre especialistas em ética pública. O motivo é que os funcionários do encarregados de avaliar o pedido foram nomeados por Trump ou por aliados próximos, e alguns atuaram anteriormente como advogados de defesa do próprio presidente. Para o professor Bennett L. Gershman, especialista em ética da Universidade Pace, o caso representa um grave conflito de interesses. “O conflito ético é tão básico e fundamental que não é preciso um professor de direito para explicá-lo”, disse ao Times. Leia também “Ter pessoas no Departamento de Justiça decidindo se a reivindicação do presidente deve ser aceita, sendo elas subordinadas a ele, é algo bizarro e quase absurdo demais para acreditar.” O pedido de indenização ainda está sob análise e não há previsão de decisão. Caso seja aceito, o pagamento de US$ 230 milhões seria feito pelo próprio governo dos Estados Unidos, o que, na prática, significaria que Trump seria indenizado pelo Estado que ele mesmo comanda.
Por: Metrópoles

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