O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta 5ª feira (10.jul.2025) que as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros terão impacto negativo sobre a economia paulista.
“O impacto é negativo porque São Paulo é um grande exportador. O maior destino das exportações industriais do Estado são os EUA. Então, obviamente, é deletério. Pega empresas importantes, como a Embraer, que fechou grandes contratos recentemente”, disse o governador durante fala a jornalistas em evento da Linha 6-Laranja do metrô.
Tarcísio voltou a responsabilizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelas tarifas. Afirmou que o Planalto tem até 1º de agosto, quando a medida entra em vigor, para negociar.
“[Tem] uma série de posturas que não condizem com a nossa tradição democrática e eu espero que o Brasil sente na mesa e resolva o problema das tarifas”, declarou.
Indulto a Bolsonaro
Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio disse acreditar em sua inocência. Mas afirmou que, em caso de condenação, “qualquer candidato” do bloco de centro-direita concederia indulto, se eleito presidente.
“Se for necessário, eu tenho certeza de que qualquer candidato nesse bloco de centro-direita vai dar um indulto. E esse indulto vai ser negociado, porque o que é importante agora é que isso vai ser visto como um fator de pacificação”, disse.
Críticas dos governistas
Após o anúncio da tarifa, feito na 4ª feira (9.jul) pelo presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), Tarcísio divulgou nota responsabilizando o governo Lula pela crise e defendendo uma solução diplomática.
“Cabe ao governo fazer um esforço diplomático para resolver a questão com maturidade política e visão de Estado, sem se esconder atrás de narrativas e sem responsabilizar quem não está no poder. A responsabilidade é de quem governa”, escreveu.
A declaração foi criticada pela Esplanada. O chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse que Tarcísio apoia as “medidas absurdas” com o objetivo de agradar a Bolsonaro.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governador “é candidato a vassalo”.
“O governador errou muito. Ou uma pessoa é candidata a presidente ou é candidata a vassalo. E não há espaço no Brasil para vassalagem […] Então, o que está se pretendendo? Ajoelhar diante de uma agressão unilateral sem nenhum fundamento econômico ou político?”, questionou o ministro em entrevista ao Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Tarcísio rebateu nesta 5ª feira (10.jul) a declaração do chefe da Fazenda e afirmou deve “falar menos e trabalhar mais”.
“Primeiro, acho que ele [Haddad] deve cuidar da economia, né? Se ele cuidasse da economia ele estaria indo bem. O Brasil não está indo bem, a gente tem uma agenda fiscal aí relevante então acho que cabe a ele falar menos e trabalhar mais”, disse.