Sustentabilidade: o pilar econômico e a pecuária brasileira
A produção da carne bovina do planeta deve aumentar 8% e contribuir com o acréscimo de 12% da produção global de carnes até 2033
A produção da carne bovina do planeta deve aumentar 8% e contribuir com o acréscimo de 12% da produção global de carnes até 2033 Por Ana Carolina Monteiro* – Segundo estimativa da OCDE-FAO publicada no Agricultural Outlook 2023-2032, a produção da carne bovina do planeta deve aumentar 8% e contribuir com o acréscimo de 12% da produção global de carnes até 2033. O consumo médio mundial é de 6kg per capita por ano e deve permanecer assim nas próximas décadas. Exceto na região da Ásia-Pacífico onde haverá um aumento em 0,5kg per capita/ano, nos próximos dez anos. A agropecuária tem uma contribuição fundamental para a segurança alimentar e nutricional. Os avanços na adoção de sistemas sustentáveis, no caso da produção brasileira, são ainda essenciais para promover o justo equilíbrio entre geração de renda, sustentabilidade econômica, conservação ambiental e fornecimento de serviços ecossistêmicos no Brasil. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp Membros da Embrapa Gado de Corte e pesquisadores projetaram 10 megatendências como o aumento na produção de carne por unidade de área, melhorias na qualidade da carne e sistemas sustentáveis que sinalizam o país como um grande exportador de carne bovina até 2040. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Reflexo do seu fortalecimento nos processos de tomada de decisão sobre os impactos das atividades agropecuárias nos mais diversos ecossistemas do planeta, juntamente com outros stakeholders de países do sul global. Da série sustentabilidade: Sustentabilidade: o pilar ambiental e a pecuária brasileira O cenário econômico é de um país líder de exportação de carne bovina, com dimensões geopolíticas continentais, e uma marca recorde de 2,296 milhões de toneladas de carne (miúdos, tripas e salgada), com destaque para a in natura, vendidas a 157 países, ao longo de 2023 (Abiec, 2024). Os principais mercados consumidores continuam sendo China, Estados Unidos, Hong Kong, União Europeia e Emirados Árabes Unidos. Mesmo com redução de 2,20%, em 2024, o PIB do agronegócio brasileiro foi de R$ 2,45 trilhões em 2024, sendo 1,65 trilhão no ramo agrícola e 801 bilhões no ramo pecuário (a preços do primeiro trimestre de 2024), segundo Cepea/Esalq/USP, em julho de 2024. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Brasil, 2024), em julho de 2024, as exportações atingiram US$ 15,44 bilhões, marcando o maior valor exportado no ano até agosto. O desempenho reflete um crescimento de 8,8% em comparação aos US$ 14,20 bilhões registrados em julho de 2023, consolidando a importância do setor para a economia nacional. O Ministério informou, ainda, que, no primeiro semestre de 2024, o agronegócio brasileiro representava um incremento à economia brasileira com as vendas externas do país no valor de US$ 82,39 bilhões. Desse total, 14,3% são equivalentes às exportações do setor de carnes, ou seja, US$ 11,81 bilhões. O segundo maior complexo, considerando-se que o da soja alcançou US$ 33,53 bilhões e representou 40,7% das vendas externas do país.
Pelas informações do Beef Report (2024), editado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), internamente, os estados brasileiros mais produtores de carne bovina são, respectivamente: Mato Grosso (MT), Minas Gerais (MG), Pará (PA), Goiás (GO) e Mato Grosso do Sul (MS). Numa série histórica de 20 anos, MT, PA e GO seguem numa linha crescente com seu rebanho, enquanto MS teve uma redução de 17% em número de cabeças, mesmo com o aumento de 9% em sua produção, em razão da opção pelos Sistemas Integração Lavoura Pecuária (ILP). No último ano, o sistema agroindustrial da carne bovina brasileira movimentou R$ 895 bilhões, ou U$ 179,21 bilhões, o equivalente a 8,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Entre os elos, o destaque ficou para o varejo, que faturou R$ 280 bilhões, com as vendas majoritárias das carnes, seguido dos frigoríficos com uma receita de R$216,4 bilhões. Já dentro da porteira, a movimentação financeira foi de R$ 185,76 bilhões (Abiec, 2024). Para o último trimestre de 2024, a previsão sugerida foi de mais abates. Em setembro, 42,31 milhões de animais já haviam sido terminados e um total de U$ 7,23 bilhões em exportações havia sido somado para o país, segundo dados on-line do Ministério da Economia processados pela Secretaria de Comércio Exterior, em setembro de 2024, no site da Abiec , no que a associação chama de “Exportômetro”.
No total, em 2023, a Abiec (2024) divulgou que a carne bovina se destacou como 3% de toda a exportação brasileira; 6,3% de toda a exportação do agronegócio; e 38% entre as carnes, seguida do frango (34%) e da carne suína (10,5%). Essa representatividade tem se dado, nas últimas quatro décadas, em razão de uma crescente modernização tecnológica com reflexos na organização da cadeia, no aumento da produtividade, na qualidade da carne e na competitividade do setor. O Brasil mantém, ainda, o título de maior rebanho comercial do mundo, um total de 197,2 milhões de cabeças, e possui 2,5 milhões de propriedades aptas à pecuária de corte. O equivalente a 12% do rebanho global está no país (Abiec, 2024). Contudo, é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo, com 10,6 milhões de Toneladas Equivalentes Carcaças (TEC) e 13,8% da produção global. Em primeiro lugar, aparecem os Estados Unidos, mesmo com um rebanho 55% menor, mas com uma produção de 15,7% (Abiec, 2024).
Em seu relatório, a associação informou que a Índia possui o maior rebanho mundial, com 305,5 milhões de animais, que, entretanto, não é de caráter comercial em sua totalidade. É seguida pelo Paquistão, dono de 5,8% do rebanho mundial, com 96,5 milhões de cabeças; pela China, que possui 90,6 milhões de animais para comércio e pela Etiópia, com 67,5 milhões de cabeças de gado (Abiec, 2024). Sobre consumo, em 2023, na relação kg/habitante por ano, o Brasil esteve em terceiro lugar, com 37,5kg, atrás dos Estados Unidos, com 37,6kg e da líder Argentina, com 49,4kg/habitante por ano (Abiec, 2024). Se destacaram ainda países como Zimbábue, Uzbequistão, Canadá, França, Austrália e Turquia, respectivamente.
Por: Redação