Tyler Robinson, de 22 anos, suspeito de assassinar o ativista de direita Charlie Kirk, escreveu uma mensagem de texto, antes do ataque, indicando sua intenção de matar a vítima.
A informação foi divulgada pelo diretor do FBI (Agência de Investigação Federal), Kash Patel, na 2ª feira (15.set), durante entrevista ao programa “Fox & Friends“, da Fox News.
Kirk, 31 anos, morreu depois de ser atingido por um tiro no pescoço na 4ª feira (10.set), enquanto discursava em um evento ao ar livre na Universidade Utah Valley. O FBI prendeu na 6ª feira (12.set) Robinson, que confessou ser o autor do homicídio. Robinson se entregou com a intermediação de familiares e amigos.
Segundo Patel, investigadores acreditam que Robinson também redigiu uma nota física mencionando que tinha a “oportunidade de eliminar Charlie Kirk” e que executaria o plano.
O diretor do FBI afirmou que a nota foi destruída, mas que as autoridades coletaram evidências forenses que confirmam a existência do documento e comprovaram seu conteúdo por meio de entrevistas.
Patel não deu detalhes sobre quem recebeu a mensagem ou se alguém viu a nota antes do ataque.
Patel afirmou também que o DNA do suspeito foi encontrado em uma toalha que envolvia o rifle, presumivelmente a arma do crime, e em uma chave de fendas localizada no telhado de onde foi efetuado o disparo.
A investigação indica que Robinson agiu sozinho ao atirar em Kirk, mas os agentes continuam apurando se outras pessoas participaram do planejamento do assassinato. As autoridades não informaram publicamente qual foi a motivação do crime.
Robinson deve ser formalmente acusado nesta 3ª feira (16.set), mesma data de sua 1ª audiência judicial, que será realizada por videoconferência diretamente de sua cela. Ele é o único suspeito identificado no caso até o momento.
De acordo com reportagem do Washington Post, Robinson enviou uma mensagem pela plataforma Discord para amigos aparentemente confessando o crime na 5ª feira (11.set.2025) à noite, pouco antes de ser preso. “Fui eu na UVU [Universidade do Vale de Utah] ontem. Sinto muito por tudo isso“, dizia a mensagem da conta pertencente a Robinson, de acordo com o jornal.
O governador de Utah, Spencer Cox (Partido Republicano), disse que o suspeito não tem colaborado com as autoridades, mas investigadores têm entrevistado amigos e familiares na tentativa de determinar a motivação.
Robinson foi criado em uma família mórmon religiosa em uma região conservadora do Estado. Segundo Cox, que falou ao programa “Meet the Press“, da NBC News, “sua ideologia era muito diferente da sua família“, sem fornecer detalhes específicos.
Um porta-voz da universidade disse à rede BBC que o suspeito é estudante de um curso técnico em elétrica no Dixie Technical College, na cidade onde mora.
Em um cartucho apreendido junto à arma possivelmente usada no crime, havia a frase: “Ei, fascista! Toma essa!”. Segundo o governador de Utah, mais frases estavam escritas em munições. Uma delas era “Bella Ciao”, nome de uma canção italiana antifascista. Robinson teria confessado o crime em conversa com o pai, um policial veterano do condado de Washington.
Amigos relataram à polícia que, dias antes do ataque, Robinson mencionou que Kirk estaria na universidade de Utah para uma palestra e demonstrou aversão ao ativista de direita. Segundo familiares, ele estava “mais político” recentemente. A CNN buscou registros eleitorais do suspeito. Não achou filiação partidária. Ele também não teria votado nas duas eleições mais recentes.
As autoridades encontraram mensagens nas redes sociais do suspeito com referências ao uso de fuzis e munições. O pai do jovem também reconheceu o filho nas fotos captadas nos arredores do crime e divulgadas pelas autoridades anteriormente.
O ataque na 4ª feira (10.set) se deu por volta das 12h10 (horário local), quando 1 disparo foi efetuado de aproximadamente 200 metros de distância. O tiro partiu de um telhado próximo ao local onde Charlie discursava.
No momento do ataque, Kirk respondia a uma pergunta, parte do debate “Prove Me Wrong” (“Prove que estou errado”, em tradução livre), sobre violência armada e pessoas transgênero nos EUA.
O ataque foi realizado durante a turnê “The American Comeback Tour”, da organização TPUSA (Turning Point USA), uma série de palestras que levava Kirk a diversos campi universitários nos EUA.