• Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

SP passa para 23 casos confirmados de intoxicação por metanol

Boletim divulgado na 5ª feira (9.out) confirma 152 casos descartados; 148 ainda estão sob investigação.

O governo de São Paulo confirmou na 5ª feira (9.out.2025) que são 23 casos confirmados de intoxicação por metanol. Depois de análises clínicas e epidemiológicas, a SES-SP (Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) descartou 41 casos –ou seja, subiu para 152 o total de casos descartados por intoxicação por metanol. Ao todo, são 171 casos de intoxicação no Estado, sendo que 148 ainda estão sob investigação.

Segundo nota, a operação Gota a Gota —para combater irregularidades na comercialização de bebidas destiladas— suspendeu na 5ª feira (9.out) a inscrição estadual de 7 estabelecimentos suspeitos, elevando para 15 o total desde o início das operações. A ação da Secretaria da Fazenda em parceria com a Polícia Civil fiscalizou 13 estabelecimentos.

Ainda na 5ª feira (9.out), uma força-tarefa interditou para comercialização 125 garrafas, apreendeu 17 e descartou o conteúdo de 6 em uma adega clandestina em Diadema, no ABC Paulista. Também em Diadema, um supermercado foi fiscalizado e 511 garrafas de bebidas alcoólicas foram interditadas para comercialização.

Na capital paulista, uma distribuidora que funcionava sem licença foi interditada totalmente. O local tinha condições sanitárias consideradas inadequadas, com produtos armazenados a céu aberto e sem proteção.

Ao todo, 13 estabelecimentos já foram interditados e 26 locais fiscalizados pelas equipes da Vigilância Sanitária Estadual, em parceria com as vigilâncias municipais, o Procon e a Polícia Civil.

Até 9 de outubro, o Brasil havia registrado 229 notificações de intoxicação por metanol: 27 confirmadas e 202 sob investigação.

Em relação às mortes, 5 foram confirmadas em São Paulo e 11 ainda são investigadas: uma em Mato Grosso do Sul, 3 em Pernambuco, 6 em São Paulo e uma na Paraíba.

O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural.

O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação.

A ingestão de 4 ml a 10 ml de metanol pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o CFQ (Conselho Federal de Química). O conselho alerta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima que 30 ml de metanol puro podem ser letais.

O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios, afirma o CFQ. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica —um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem:

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Por: Poder360

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