O presidente da Ucrânia, , respondeu nesta sexta-feira (21/11) ao plano de paz apresentado pelo governo na guerra contra a Rússia. Segundo ele, o país atravessa “um dos momentos mais difíceis” de sua história e não aceitará qualquer solução que comprometa a dignidade e a liberdade dos ucranianos. Veja:
O pronunciamento ocorre um dia após o , que, de acordo com Kiev, “poderia revitalizar a diplomacia”.
Tal documento apresentado pelos EUA, entretanto, inclui concessões territoriais amplas à Rússia, como o reconhecimento da soberania de Moscou sobre a Crimeia, o Donbass e outras áreas ocupadas, além da criação de zonas desmilitarizadas e restrições severas ao Exército ucraniano.
O presidente destacou que sua resposta já foi dada em 2019, quando assumiu o cargo. “Prometi defender a soberania e a independência da Ucrânia. Esse juramento não é formalidade. Jamais o trairei”, disse. Ele assegurou que o país não dará margem para acusações de que está sabotando negociações e que trabalhará de forma construtiva com os EUA e aliados europeus.
“. Mas uma coisa é certa: não daremos ao inimigo motivos para afirmar que a Ucrânia não quer a paz, que está sabotando o processo e que é a Ucrânia que não está pronta para a diplomacia. Isso não acontecerá”, ressaltou o ucraniano.
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O plano de 28 pontos prevê que Ucrânia e aliados reconheçam a soberania da Rússia sobre a Crimeia, o Donbass e outras áreas ocupadas.
Em troca, Kiev receberia garantias de segurança dos EUA e da Europa e a criação de zonas desmilitarizadas nas áreas de retirada ucraniana.
O Exército ucraniano seria reduzido à metade e perderia acesso a armas de longo alcance; tropas estrangeiras seriam proibidas no país e o russo viraria idioma oficial.
As sanções contra Moscou seriam suspensas.
Em Donbass, a Ucrânia teria de ceder toda a região, inclusive cidades hoje sob controle ucraniano, como Kramatorsk e Sloviansk.
O plano inclui ainda um modelo de “aluguel”, pelo qual a Rússia pagaria pelo controle de territórios, mantendo a posse legal registrada em nome da Ucrânia.

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2 de 5 Thierry Monasse/Getty Images
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3 de 5 Em uma ligação telefônica na manhã desta sexta-feira (21/11), o presidente ucraniano conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz Reprodução/Redes sociais
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4 de 5 O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy fala com a imprensa antes da cúpula da União Europeia, na Bélgica Dursun Aydemir/Anadolu via Getty Imagens
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5 de 5 O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fala com a imprensa antes da cúpula da União Europeia, na Bélgica Thierry Monasse/Getty Images
“Até o metal mais forte pode ceder”
Zelensky classificou o momento como decisivo e pediu união interna. Em diversas passagens, exaltou a resiliência do povo ucraniano, que há quase quatro anos enfrenta bombardeios e perdas diárias.
Sobre as negociações com Washington, garantiu que lutará para que “pelo menos dois pontos do plano não sejam negligenciados: a dignidade e a liberdade dos ucranianos”.