O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recebe nesta 3ª feira (15.jul.2025) cerca de 15 representantes do setor privado para discutir a tarifa de 50% que o presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano) aplicará aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025.
Entre os nomes que confirmaram presença estão Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e articulador do encontro, Roberto Perosa, presidente executivo da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), José Antonio Baggio, diretor administrativo da Indusparquet Ind. e Com. de Madeiras Ltda., Fabio Sato, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Café Solúvel, Julio Ramos, ex-secretário adjunto de Assuntos Estratégicos do Ministério da Agricultura, Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Roberto Betancourt, presidente do Sindirações, e Sergio Bortolozzo, presidente da Sociedade Rural Brasileira.
Na 6ª feira (11.jul.2025), o governador se reuniu com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Durante o encontro, realizado na embaixada americana em Brasília, Tarcísio apresentou dados sobre o impacto das tarifas na indústria e no agronegócio brasileiro. O governador disse ter destacado as consequências para as empresas americanas que mantêm operações no Brasil. No X (antigo Twitter), Tarcísio afirmou que vai abrir diálogo com as empresas paulistas para “buscar soluções efetivas” baseadas em “dados e argumentos consolidados”. O governador declarou que “narrativas não resolverão o problema” e que “a responsabilidade é de quem governa”. O Poder360 apurou que Tarcísio pediu a redução da tarifa.
Em 9 de julho, Tarcísio havia dito que era responsabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolver a questão. O governador afirmou que cabia ao governo fazer “esforço diplomático para resolver a questão com maturidade política e visão de Estado, sem se esconder atrás de narrativas, sem responsabilizar quem não está no poder”. Em 12 de julho, depois do encontro, o governador passou a defender “união de esforços” para resolver a questão e reconheceu que a situação é “complicada para o Brasil”.
A embaixada dos Estados Unidos confirmou a reunião em nota, mas evitou mencionar especificamente as tarifas. O comunicado afirmou que São Paulo concentra “a maior concentração de investimento americano no Brasil” e que “diplomatas americanos se reúnem regularmente com governadores brasileiros”.
Na 2ª feira (14.jul.2025), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) criticou a iniciativa de Tarcísio, considerando-a um “desrespeito”. Eduardo defendeu que apenas ele teria canais adequados para negociar com Washington, já que está nos Estados Unidos.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou na 2ª feira (14.jul.2025) que não havia sido procurado por Escobar, mas não via “nenhum problema” na reunião de Tarcísio com o representante americano.
O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), se reúne com representantes de ao menos 14 setores da indústria e do agronegócio nesta 3ª feira (15.jul), na sede da pasta que comanda, em Brasília.
Serão duas reuniões, segundo o ministro, uma às 10h e outra às 14h. A 1ª terá representantes da indústria e a 2ª, do agro. A iniciativa já faz parte do trabalho de um comitê a ser criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o ministério da Indústria, da Fazenda, da Casa Civil e das Relações Exteriores.
Eis os setores que devem estar presentes na reunião das 10h:
Além dos 4 ministérios que compõem o comitê, também participará da 1ª reunião o Ministério de Portos e Aeroportos.
O decreto com a criação oficial do comitê está em fase de finalização no Palácio do Planalto e deve ser assinado ainda nesta 2ª feira (14.jul). É o mesmo documento que também regulamentará a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso em abril deste ano. A expectativa no governo é que este seja publicado no Diário Oficial até 3º feira (15.jul). No caso da reunião das 14h, além do comitê, participarão os ministérios da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Agrário.
Eis os setores que serão ouvidos nesta 2ª reunião:
Segundo apurou o Poder360, Lula reforçou aos ministros a necessidade de diálogo com os empresários e de tentar uma saída negociada com os norte-americanos.
