Os Estados Unidos realizaram ataques contra instalações nucleares em Fordow, Isfahan e Natanz, no Irã. O presidente Donald Trump (republicano) anunciou a ação militar em seu perfil no Truth Social na noite do sábado (21.jun.2025). A operação é realizada na 2ª semana do conflito entre Irã e Israel.
As 3 instalações atingidas são consideradas componentes centrais do programa nuclear iraniano, e já haviam sido alvos de ataques israelenses anteriormente. Os complexos abrigam tecnologias de enriquecimento de urânio e desenvolvimento de combustível nuclear.
A instalação de Fordow é próxima à cidade de Qom, que fica em uma região montanhosa. O complexo, por sua vez, é subterrâneo, o que dificulta ataques aéreos. Seus salões principais estão de 80 a 90 metros abaixo do solo. O local contém atualmente 2.700 centrífugas, conforme dados da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), programa da ONU para questões nucleares.
Fordow foi construída no início dos anos 2000, mas foi divulgada ao público em 2009. O acordo internacional chamado Plano de Ação Global Conjunto, de 2015, estabelecia que o complexo se tornasse um centro de pesquisa científica e médica, com monitoramento da AIEA.
Mas, a partir de 2018, quando Trump retirou os Estados Unidos do pacto nuclear firmado com o Irã, as visitas de órgãos internacionais se tornaram cada vez mais limitadas.
De acordo com a BBC News, em 2023, inspetores da AIEA encontraram partículas de urânio enriquecidas com 83,7% de pureza. O material para armas nucleares requer que o nível seja de 90%.
Israel não tem os equipamentos necessários para destruir essa instalação. Por sua profundidade, só poderia ser danificada por uma GBU-57, bomba dos Estados Unidos capaz de destruir bunkers. Ela pesa cerca de 13 toneladas.
Os Estados Unidos utilizaram o avião B-2 Spirit para atacar o Irã. Cada unidade pode carregar uma ou duas dessas bombas. Depois das ofensivas de sábado (21.jun), Trump compartilhou uma mensagem afirmando: “Fordow já era”.
É a principal instalação de enriquecimento de urânio. O complexo de Natanz fica a cerca de 250 quilômetros ao sul de Teerã. Segundo a NTI (Nuclear Threat Initiative), a instalação tem 6 edifícios na superfície e 3 estruturas subterrâneas. Duas delas têm capacidade para abrigar 50.000 centrífugas.
A AIEA informou que o Irã vinha enriquecendo urânio com até 60% de pureza na seção acima do solo, que já havia sido atingida por ataques israelenses.
A saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã em 2018 também dificultou o monitoramento das atividades da instalação. Mas, diferentemente do complexo de Fordow, a instalação de Nataz foi inspecionada por órgãos de segurança.
O complexo de Isfahan, situado na região central do país, emprega aproximadamente 3.000 cientistas. Foi inaugurado em 1984, e construído com ajuda da China.
Essa instalação atua com o processamento químico em vez do enriquecimento final do urânio. O local converte o óxido de urânio em outras substâncias, como o hexafluoreto de urânio, que é essencial para o funcionamento de centrífugas.
De acordo com a NTI, este local é “suspeito de ser o centro” do programa nuclear iraniano e “opera três pequenos reatores de investigação fornecidos pela China“, além de uma “instalação de conversão, uma fábrica de produção de combustível, uma fábrica de revestimento de zircônio e outras instalações e laboratórios“.
Isfahan também abriga instalações militares iranianas, como fábricas de drones e caças F-14 Tomcat comprados antes da Revolução Iraniana de 1979. Israel tem atacado os aviões armazenados no Irã.
Ainda não há informações detalhadas sobre a extensão dos danos causados pelos ataques americanos às 3 instalações.