• Domingo, 22 de junho de 2025

China repudia ataque dos EUA a instalações nucleares do Irã

Ministério das Relações Exteriores do país asiático cita violação da Carta da ONU e pede cessar-fogo.

A China repudiou neste domingo (22.jun.2025) o ataque dos Estados Unidos a 3 instalações nucleares do Irã, realizado na noite anterior. 

O Ministério das Relações Exteriores do país asiático disse que a ofensiva norte-americana “exacerbou as tensões no Oriente Médio” e violou a Carta da ONU (Organização das Nações Unidas)

Documento que estabelece princípios nas relações internacionais, a Carta da ONU diz que os países-membros devem evitar “a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado“.

Na véspera, o secretário-geral da ONU, António Guterres, já havia feito um apelo para que os EUA respeitassem a carta e cumprissem “as normas do direito internacional“.

A China se colocou à disposição para negociar um cessar-fogo na região e se dirigiu diretamente a Israel para encerrar as hostilidades e preservar a vida de civis.

O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu vem realizando operações no Irã desde 12 de junho (no horário de Brasília). O governo persa também vem respondendo militarmente.

“A China apela às partes em conflito, em particular a Israel, para que cheguem a um cessar-fogo o mais breve possível, garantam a segurança dos civis e iniciem o diálogo e a negociação”, disse o governo chinês.

Desde o início do confronto entre Israel e Irã, o governo chinês adotou uma postura diplomática e defendeu a resolução do conflito por meio do diálogo. A China –2ª maior potência global– não está participando ativamente na guerra como os EUA. 

O país asiático tem relações com o Irã e com Israel. Com os persas, existe um acordo de US$ 400 bilhões em investimentos em infraestrutura para a compra de petróleo. Com os israelenses, existem acordos no setor militar.

Na 5ª feira (19.jun), o presidente chinês, Xi Jinping, conversou por telefone com o líder russo, Vladimir Putin, e ambos concordaram sobre a necessidade de diminuir as tensões no Oriente Médio. 

Tanto a China quanto a Rússia repudiaram os ataques israelenses que iniciaram o confronto, mas não deram qualquer indicativo de que vão intervir militarmente em favor do Irã.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), anunciou no sábado (21.jun.2025) que a Força Aérea norte-americana bombardeou 3 instalações nucleares do Irã. O ataque marcou a entrada dos norte-americanos na guerra entre Israel e Irã. 

Segundo Trump, os ataques atingiram as instalações nucleares do Irã em Fordow, Natanz e Esfahan.

Em seu perfil na plataforma Truth Social, o presidente norte-americano disse que os aviões já haviam deixado o espaço aéreo iraniano e estavam retornando “para casa”. 

Ele também deu parabéns aos “grandes guerreiros” do país e afirmou que “agora é o momento para a paz”. Declarou que “nenhuma outra força militar teria conseguido”.

Israel já bombardeou instalações nucleares, bases militares e alvos estratégicos iranianos. Os bombardeios atingiram diversos pontos do programa nuclear iraniano, incluindo oficinas de centrífugas, laboratórios e o reator de água pesada de Arak.  

Em resposta, o Irã lançou 450 mísseis e 1.000 drones contra Israel, segundo estimativas do Exército israelense. A maioria dos projéteis foi interceptada pelo sistema de defesa aérea israelense.  Mesmo assim, até agora 24 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em território israelense, conforme as autoridades locais. O Irã contabiliza pelo menos 430 mortos e 3.500 feridos.

Por: Poder360

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