Pecuarista afirma que aumento do peso ao nascer dos bezerros Nelore é um defeito
Presidente do Grupo Adir afirma que o que muitos veem como genética de ponta é um "defeito gravíssimo" que causa dificuldade de parto, rejeição da cria e problemas de fertilidade
Presidente do Grupo Adir afirma que o que muitos veem como genética de ponta é um “defeito gravíssimo” que causa dificuldade de parto, rejeição do bezerro e problemas de fertilidade Uma análise direta e contundente do pecuarista Paulo Leonel, pecuarista e presidente do Grupo Adir, acendeu um alerta na pecuária nacional. Em um vídeo que circula entre produtores, Leonel classifica o aumento do peso ao nascer dos bezerros Nelore como um “problema gravíssimo” e um “defeito” que está sendo erroneamente celebrado como vantagem. Segundo o especialista, essa tendência é resultado direto de uma combinação perigosa: a introdução de outras raças no Nelore, a frouxidão nos padrões de registro e, principalmente, um descolamento da realidade do campo.
O Falso Elogio: Quando a Vantagem é um Defeito Leonel critica duramente a cultura de celebrar bezerros excessivamente grandes ao nascimento, um feito que muitos criadores exibem com orgulho. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});“Eu vejo hoje casos que a pessoa posta como elogio o tamanho do bezerro que nasceu na casa dele. Aquilo é um Touro que ele não deve mais usar… Aquilo é um defeito gravíssimo”, afirma. Ele argumenta que o que está sendo vendido como melhoramento genético é, na prática, uma regressão que traz consequências diretas para o sistema produtivo. As Causas no Peso do Bezerro: “Excesso de Teoria, Falta de Conhecimento” Para o presidente do Grupo Adir, o problema se origina na gestão teórica do rebanho, distanciada da prática. “O homem veio para dar o acabamento [no Nelore]. Só que esse acabamento, entrou o quê? O excesso de teoria com a falta de conhecimento”, pontua. Ele descreve um cenário onde a gestão é dominada por números e previsões, mas sem uma compreensão real do que acontece no pasto. “É muita teoria, muita planilha, muito número, é muita predição, mas ninguém sabe o que que tá acontecendo”, critica Leonel, atribuindo a culpa ao “excesso de gente que nunca criou e tá ensinando”.
As Consequências Reais no Pasto O pecuarista detalha os problemas que esse “defeito” causa na operação diária da fazenda, indo muito além do parto em si:
Aumento da Mão de Obra: Animais mais pesados exigem mais manejo e assistência no parto, algo que a raça Nelore historicamente dispensava.
Maior Exigência Nutricional: A vaca sofre um desgaste muito maior.
Problemas de Fertilidade: Leonel aponta para a “dificuldade da vaca emprenhar” e “dificuldade de reconceber” após um parto traumático.
Rejeição da Cria: Um dos pontos mais graves, segundo ele, é o “número de animais que enjeitam o bezerro”. A explicação é simples: “Porque dói. Ela sente dor, ela pega medo daquilo ali”.
O Resgate da Autossuficiência do Nelore Paulo Leonel relembra que a força do Nelore, que o levou a se tornar “o maior rebanho do país”, sempre foi sua rusticidade e independência. “O Nelore cresceu onde ele cresceu, pela sua autossuficiência: pare, mama e vai embora. Não tinha mão de obra”, relembra. “Era um gado que a natureza moldou ele para ele viver sozinho.” Ele faz um apelo para que a pecuária se atente a esses detalhes e “corrija dentro de casa”, rejeitando linhagens que fogem das características essenciais da raça.
“Se uma pessoa que vai te vender uma dose de sêmen, falando: ‘Essa pode usar em novilha’, você já não usa aquilo. Porque ele não é da raça que você tá buscando. Você não sabe qual raça tá inserida nisso”, aconselha. A conclusão de Leonel é um alerta para o futuro: os criadores devem “correr do animal exigente”, pois a “incidência de mão de obra vai ser o problema do mundo”. VEJA O VIDEO: