HISTÓRICO: Viatina-19 vende direitos reprodutivos por R$ 15,8 milhões, um recordeCrescimento do peso de abate é incentivado por toda a cadeia da pecuária dos EUA Ty Lawrence, professor de ciência animal da West Texas A&M University e diretor do Beef Carcass Research Center, foi enfático: “ Hoje, podemos alimentar o gado com pesos muito maiores e sermos mais rentáveis do que jamais imaginamos”. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Segundo o pesquisador, há casos de produtores norte-americanos alimentando bovinos até atingirem 1.000 kg de peso vivo, e carcaças próximas de 680 kg já são realidade nos frigoríficos. Para ele, esse número deve subir para mais de 680 kg (1.500 lb) ainda nesta década. A razão? A seca prolongada reduziu drasticamente os estoques de gado nos EUA, e a resposta da indústria foi buscar maior rendimento por animal, ajustando a nutrição e prolongando o período de terminação nos confinamentos. Especialistas avaliam riscos e impactos na cadeia Apesar da rentabilidade aparente, o alerta veio de vários setores. O geneticista Bradley Wolter afirmou que carcaças maiores “serão essenciais para suprir a lacuna de oferta no curto prazo”, mas lembrou que isso exigirá ajustes genéticos, mudanças na estrutura das vacas e aumentos nos custos de produção.
O resultado? Mais carne, mas também bifes grandes demais para pratos padrão e vacas maiores e mais caras de manter. Enquanto os EUA aumentam, Austrália modera Na contramão, criadores da Austrália começaram a moderar o tamanho das carcaças, reduzindo pontuações antes buscadas por frigoríficos. Segundo o portal The Scottish Farmer, a tendência australiana tem sido equilibrar rendimento com fertilidade e eficiência, buscando pontuações de carcaça de 7 ou 8, em vez de 9 ou 10, como antes. Novos desafios globais: genética, sustentabilidade e competitividade Outro tema quente no simpósio foi a necessidade de melhorar a coleta de dados genéticos comerciais na pecuária dos EUA. Scott Greiner, professor da Virginia Tech, avaliou que a pressão por carcaças maiores terá impacto direto no segmento de cria: “A vaca precisa crescer junto com a carcaça. Isso significa mais custo e mais exigência por eficiência.” Joe Epperly, produtor do Kansas, completou: “A previsão de Lawrence sobre carcaças de 680 kg no fim da carreira é o comentário mais marcante do BIF 2025. Vai impactar toda a seleção genética e o custo de produção.” Epperly também alertou que os EUA estão atrasados em pesquisas sobre metano, algo que deve ganhar urgência para competir com iniciativas de outros países. “A Austrália vai lançar um índice genético de emissão de metano já em 2025, enquanto nos EUA ainda temos pouca base de dados. Inclusive, muitos touros americanos já foram genotipados por eles.” O papel do Brasil e a nova geração Wolter fez questão de destacar o Brasil como exemplo de sucesso: “A pecuária brasileira tem avançado com adoção de IA em larga escala e formação de jovens geneticistas. Os EUA precisam investir mais em parcerias público-privadas para manter liderança global.”