Conheça a raça Boran, o zebu africano que desafia o Nelore e pode impulsionar a pecuáriaUm dos episódios que simbolizam o impasse é o Acampamento Quilombo Campo Grande, no sul de Minas Gerais. Apesar de o presidente ter assinado decretos de desapropriação da área em março de 2025, nenhuma medida concreta foi implementada até agora, segundo o MST. Como resposta à estagnação, o movimento rompeu o diálogo com Paulo Teixeira e passou a exigir sua substituição. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Ministério se defende e culpa lentidão do Judiciário e orçamento tardio O Ministério do Desenvolvimento Agrário refuta as críticas, alegando que atua com “transparência inédita” e que considera como entregues as áreas com processo administrativo finalizado e empenho de recursos. A diretora de obtenção de terras do Incra, Maíra Coaraci, afirmou que as pendências judiciais e cartoriais são os únicos entraves em casos como o de Campo do Meio. Ela também atribuiu o ritmo lento à aprovação tardia do Orçamento Geral da União, que só ocorreu em abril de 2025. Mesmo diante das acusações, o ministro Paulo Teixeira reafirma a meta de 30 mil novos assentamentos ainda em 2025, com previsão de 60 mil até o final de 2026. MST cobra Lula diretamente e fala em “estatísticas falsificadas” Durante evento no final de maio, o próprio presidente foi interpelado pelas lideranças do MST, que cobraram a efetivação das promessas. Lula reagiu dizendo que quer soluções, e não negativas. Mas o movimento continua insatisfeito. Para Jaime Amorim, dirigente nacional do MST, os dados oficiais seriam “falsificados” e incompatíveis com a realidade no campo. “A consequência disso é que o MST vai perdendo a paciência. E quando a gente perde a paciência, se intensificam as mobilizações sociais”, alertou. Comparativo com o governo Bolsonaro: avanço ou retrocesso? Embora o movimento critique o governo Lula, os dados do governo anterior revelam que a situação pode ser ainda mais complexa. Durante a gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022), o ritmo da reforma agrária foi o mais baixo desde 1995, segundo levantamento da Comissão Pastoral da Terra e do Incra. Houve redução drástica no orçamento do Incra, e nenhum novo programa estruturado de reforma agrária foi lançado. Bolsonaro chegou a criticar publicamente o MST, tratando o movimento como “organização criminosa”, o que agravou o conflito entre o governo e os movimentos de luta pela terra. Entretanto, é preciso ressaltar que no governo Bolsonaro (2019–2022) destacou-se por ter emitido cerca de 396 200 títulos de terra — somando contratos provisórios (CCU) e títulos definitivos (TD e CDRU) — um recorde no período, com mais de 170 498 documentos apenas em 2022, o maior volume desde o ano 2000. Já o governo Lula (2023–2024) produziu 37 178 títulos em 2023, representando uma redução de aproximadamente 75 % em relação ao ano anterior, e anunciou novos lotes — cerca de 12 297 — por meio de programas como “Terra da Gente” em 2025. Ou seja, apesar dos avanços nas concessionárias, os números mostram claramente que o ritmo de titulação no governo Bolsonaro foi significativamente maior do que no atual governo Lula. O campo no centro do debate O embate entre o MST e o governo Lula evidencia a complexidade da agenda fundiária no Brasil. O movimento pressiona por agilidade, acesso a crédito, regularização das áreas e inclusão das famílias em políticas públicas. O governo, por sua vez, argumenta que a burocracia judicial e orçamentária limita o ritmo das ações. Enquanto isso, milhares de famílias seguem à margem da estrutura fundiária formal, vivendo em acampamentos e aguardando o cumprimento de promessas que, até o momento, ficam no papel. VEJA TAMBÉM:
MST acusa governo Lula de inflar dados de assentamentos e faz aceno a gestão Bolsonaro
Movimento Sem Terra (MST) critica lentidão na regularização fundiária e afirma que áreas anunciadas como entregues ainda aguardam decisão judicial. Durante o governo Bolsonaro, volume entrega de títulos foi um dos maiores da história
Movimento Sem Terra (MST) critica lentidão na regularização fundiária e afirma que áreas anunciadas como entregues ainda aguardam decisão judicial. Durante o governo Bolsonaro, volume entrega de títulos foi um dos maiores da história Lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vieram a público acusar o governo Lula de divulgar números inflados sobre a criação de novos assentamentos. Segundo os representantes do movimento, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), comandado por Paulo Teixeira, estaria contabilizando como “entregues” áreas que ainda não foram efetivamente desapropriadas pela Justiça, frustrando milhares de famílias que permanecem acampadas em todo o país. “Nada se moveu desde o discurso”: MST rompe com ministro A crítica mais contundente veio do dirigente Silvio Netto, que afirmou que não houve avanços concretos desde os compromissos assumidos publicamente por Lula. “O processo ficou parado após aquela demonstração toda de compromisso do presidente. Não se moveu mais nenhum centímetro no sentido de garantir o direito das famílias”, declarou. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
Por: Redação