• Quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Patriota de verdade defende a soberania do Brasil, diz presidente da Conab

Edegar Pretto afirma que usará experiência da companhia em plano de contingência do efeito do tarifaço.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) passou a fazer parte do grupo organizado pelo governo federal para tratar do tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros nos EUA, que começa a valer nesta 4ª feira (6.ago).

Em entrevista ao Poder360, o presidente da Conab, Edegar Pretto, afirmou que o governo federal ainda conta com a “sensatez norte-americana” na possibilidade de negociações, mas que a companhia estuda alternativas para ajudar o governo federal com um plano de contingência dos efeitos do tarifaço no Brasil.

Ele afirma que, para isso, o governo precisará do apoio interno durante as negociações e que os “verdadeiros patriotas terão que se colocar na posição de defesa intransigente da soberania do Brasil”.

Assista (44min51s):

O PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), operado pela Conab, pode ser uma solução imediata para absorver parte dos produtos que seriam exportados aos EUA, mas que perderam mercado por causa do tarifaço, segundo Pretto.

“Está sendo avaliado como se pode absorver parte desses produtos, especialmente na questão alimentícia. Como é que a gente reaproveita na merenda escolar, no PAA, que é a principal ferramenta por onde nós compramos a produção, distribuímos para toda a rede dos Estados, municípios e da União”, disse.

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é uma política pública que permite ao governo comprar, sem licitação, produtos da agricultura familiar. Esses alimentos são destinados a instituições públicas como escolas, abrigos e hospitais.

Com apoio emergencial, o PAA pode atuar como amortecedor econômico, garantindo escoamento da produção para alguns produtos e estabilidade de preços no mercado interno.

Pretto diz que entende o sentimento de frustração declarado por representantes do setor de alimentos que se reuniram com o governo nos últimos dias, mas que as coisas “não se resolvem num passe de mágica”.

Segundo ele, a dependência dos EUA da produção brasileira de café traz chances de o setor conseguir negociar a isenção das tarifas, uma vez que elas afetariam diretamente o consumidor norte-americano. O mesmo aconteceria com a carne bovina.

“Continuamos apostando na possibilidade de isenção. Além do governo, tivemos negociação do Congresso Nacional e os setores no Brasil também conversam com as empresas nos EUA. Isso nós já vimos que gera frutos”, afirmou.

No agronegócio, a decisão do governo dos Estados Unidos de elevar tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros atingiu diretamente setores como o da carne bovina, do suco de laranja e do café.

A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) estima que PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve perder R$ 25,8 bilhões com o tarifaço norte-americano sobre produtos brasileiros no curto prazo -de 1 a 2 anos. Representaria 0,22% da atividade econômica.

Por: Poder360

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