Conheça a ‘Capital do Peixe’, cidade produz mais de 2 mil kg de peixe por habitanteA solução para este problema foi o desenvolvimento de uma tecnologia que monitora de ponta a ponta, desde sua origem até sua transformação total em fertilizante, o caminho dos insumos de origem orgânica. Para tornar a cadeia segura e transparente, a Carrot.eco integrou seu software, que tem como base a tecnologia de segurança de blockchain, mesma usada na segurança de transações de criptoativos, ao sistema de logística da Tera Ambiental. Com o mapeamento das massas de lodo de esgoto, principal matéria-prima do adubo produzido pela Tera, até a produção final do fertilizante, a tecnologia resolve o problema de confiabilidade e transparência do processo. Além disso, a tecnologia ajuda no controle de emissões. O adubo orgânico emite menos gases de efeito estufa e ajuda a otimizar o uso de fertilizantes minerais e nitrogenados. Segundo um estudo recente publicado na Earth System Science Data, os níveis de óxido nitroso na atmosfera estão 40% maiores em comparação a 1980. O gás, 300 vezes mais potente que o CO2, está especialmente ligado à produção de fertilizantes à base de nitrogênio. A criação da parceria permitiu ainda a geração de créditos de reciclagem, que serão vendidos a empresas e investidores do setor ambiental. O crédito funciona como um comprovante de destinação correta e pode ser usado como instrumento de compensação por empresas que não conseguem reciclar todos os seus resíduos. A Tera Ambiental produz cerca de 30 mil toneladas de fertilizantes orgânicos por ano em sua planta em Jundiaí (SP). O projeto com a Carrot.eco ainda é experimental, mas a empresa pretende escalar o processo. A Tera transforma resíduos orgânicos de diversas origens dos setores industriais, agroindustriais e urbanos, em especial lodo gerado no tratamento de esgotos do município de Jundiaí. Ademais, grandes empresas, que precisam comprovar a destinação correta de seus resíduos, passam a ter a garantia efetiva que a empresa de compostagem cumpriu o seu papel, de reciclar todo o resíduo encaminhado, uma das exigências do escopo 3. Ele é um dos três componentes do Protocolo de Gases de Efeito Estufa (GHG Protocol), que refere-se às emissões indiretas de gases de efeito estufa (GEE) que ocorrem na cadeia de valor de uma empresa. “Com esta auditoria em blockchain agregaremos valor ao nosso produto. As empresas que encaminham seus resíduos para a Tera passam a ser as primeiras no país a ter a garantia de 100% de reciclagem de seus resíduos orgânicos. Quem compra nosso adubo, sabe que ele contribui com a redução de emissões e foi feito em parceria com empresas com responsabilidade ambiental”, afirma Lívia Baldo, diretora da Tera Ambiental. A Carrot.eco aposta na necessidade de escalabilidade da economia circular, especialmente com as notícias de extremos climáticos se tornando mais comum a cada dia. Não há dados oficiais, mas estima-se que apenas 0,1% dos resíduos orgânicos no Brasil sejam reciclados. “O resíduo orgânico é 100% reciclável. Nossa meta é conectar a cadeia de grandes geradores, transportadores e recicladores para que não seja necessário enviar resíduos orgânicos para aterros e lixões. É o que sempre dizemos, se dobrarmos a circularidade, resolvemos 50% dos problemas climáticos globais“, afirma Ian McKee, CEO da Carrot.eco. O interesse pelo negócio chamou inclusive a atenção de municípios da Califórnia nos Estados Unidos. Além disso, a Carrot.eco foi convidada pela AWS, empresa da Amazon, para falar da tecnologia no Climate Week, nos Estados Unidos, no último mês.
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