• Terça-feira, 4 de novembro de 2025

Odiado por Trump, socialista é favorito em eleição para prefeito de NY

Em meio ao shutdown que está prestes a se tornar o maior da história, socialista odiado por Trump lidera corrida à prefeitura de Nova York

Os nova-iorquinos vão às urnas nesta terça-feira (4/11) para escolher o novo prefeito da maior cidade dos Estados Unidos. Entre os candidatos está o democrata Zohran Mamdani, deputado estadual de 34 anos, muçulmano e socialista declarado, que se tornou alvo de , que o chama de “comunista” e ameaçou cortar verbas federais para a cidade caso ele vença o pleito. A eleição, que ocorre em um momento de crescente polarização política e crise econômica, é considerada um termômetro do descontentamento popular e da capacidade do O pleito ocorre ainda em meio a um do governo federal, que já dura 34 dias e está prestes a se tornar o maior da história do país. Leia também Um candidato fora do comum nasceu em Kampala, Uganda, filho de mãe indiana e de pai ugandês. Mudou-se para Nova York aos sete anos e cresceu no Queens, tornando-se fluente em seis idiomas. Antes de ingressar na política, teve experiência como artista de hip-hop e conselheiro habitacional, mas a carreira dele ganhou destaque em 2021, ao se eleger deputado estadual pelo Partido Democrata. Carismático e próximo de influenciadores digitais, Mamdani conquistou atenção rápida, derrotando o ex-governador Andrew Cuomo nas primárias democratas com 56% dos votos. Desde então, a candidatura dele ganhou repercussão dentro e fora dos Estados Unidos, sendo comparada, em termos de estilo de campanha, à ascensão de Donald Trump em 2016 — Diferente de outros democratas tradicionais, Mamdani faz parte da ala considerada de esquerda do partido, e é filiado aos Socialistas Democráticos da América. O estado e a cidade de Nova Iorque votam tradicionalmente em democratas. No pleito desta terça-feira, além de Mamdani e Cuomo, disputa o candidato republicano Curtis Sliwa, que é apresentador de rádio e ativista de segurança pública. O atual prefeito de NY, Eric Adams, disputaria o pleito como candidato independente, mas retirou o nome no fim de setembro. De acordo com a pesquisa eleitoral do Emerson College, Mamdani está 15 pontos percentuais a frente do segundo colocado. Confira os números de intenção de voto para à prefeitura de Nova York: Zohran Mamdani (Democrata): 43% Andrew Cuomo (Independente): 28% Curtis Sliwa (Republicano): 10% Eric Adams (Independente): 7% Não sabem: 9% Trump x Mamdani Na reta final da campanha, o presidente Donald Trump intensificou a agenda de ataques contra Mamdani. No domingo (2/11), o chamou de “comunista” e rejeitou comparações entre eles. “Ele é comunista, não socialista. É bem pior que um socialista[…] Sou muito mais bonito que ele, não?”, afirmou o republicano. 6 imagens Presidente Donald Trump no Air Force OneZohran MamdaniZohran MamdaniZohran MamdaniSegurança de Israel nunca mais será ameaçada, afirma Trump
Fechar modal. 1 de 6 Trump chega ao Egito para assinar acordo de cessar-fogo em Gaza Chip Somodevilla/Getty Imagens 2 de 6 Presidente Donald Trump no Air Force One Anna Moneymaker/Getty Images 3 de 6 Zohran Mamdani Stephani Spindel/VIEWpress 4 de 6 Zohran Mamdani Stephanie Keith/Getty Images 5 de 6 Zohran Mamdani Stephanie Keith/Getty Images 6 de 6 Segurança de Israel nunca mais será ameaçada, afirma Trump Chip Somodevilla/Getty Images para impedir a vitória de Zohran. Em publicação na rede social Truth Social, Trump voltou a chamar Mamdani de “comunista” e ameaçou reduzir o envio de verbas federais à maior cidade do país caso o democrata seja eleito. “Se o candidato comunista Zohran Mamdani vencer a eleição para prefeito da cidade de Nova York, é altamente improvável que eu contribua com fundos federais, além do mínimo exigido, para minha amada cidade natal”, escreveu o presidente. “Como comunista, esta cidade, que um dia foi grandiosa, tem zero chance de sucesso, ou mesmo de sobrevivência”, completou. Trump também desencorajou o apoio ao candidato republicano Curtis Sliwa. “Um voto em Sliwa é um voto em Mamdani. Independentemente de você gostar ou não de Cuomo, não há outra escolha. Vote nele e torça para que faça um ótimo trabalho. Ele é capaz disso — Mamdani não”, escreveu o presidente. A reação de Mamdani veio minutos depois da publicação. O democrata aproveitou para alfinetar o oponente Cuomo, e o chamou de “papagaio de Trump” após apoio do republicano. “Já sabemos há muito tempo que Andrew Cuomo é o fantoche de Donald Trump nesta corrida. O que não esperávamos era que ele se tornasse o papagaio de Trump nos últimos dias também. Ouvimos palavras de um ex-governador deste estado que imaginávamos vir do presidente deste país”, disse. O que é o shutdown Nos EUA, o shutdown entra em vigor quando o Congresso não aprova o orçamento federal, obrigando o governo a paralisar parte de suas atividades. Sem recursos, departamentos e agências interrompem serviços considerados não essenciais, como museus, parques e parte do funcionalismo público. Somente áreas vitais, como defesa, segurança e saúde, continuam operando. Os servidores afetados podem ser afastados ou trabalhar sem receber, ampliando os efeitos econômicos e sociais da crise. Cidade dividida Nova York é uma cidade marcada pela diversidade e desigualdade social. O candidato também precisou lidar com temas sensíveis, como segurança pública e relações internacionais. Após críticas à polícia em 2020, Mamdani se desculpou e hoje propõe manter o efetivo do NYPD, criar departamentos de segurança comunitária e priorizar saúde mental em chamadas não violentas. O que está em jogo Além do futuro da prefeitura, a eleição de Nova York será um termômetro político nacional. O resultado pode indicar como os norte-americanos respondem ao segundo mandato de Trump, à paralisação do governo e à crescente polarização entre democratas e republicanos. Ao mesmo tempo, a desaprovação alcançou 63%, superando em um ponto percentual o recorde anterior de rejeição registrado no primeiro mandato, após os protestos de 6 de janeiro de 2021. Para Mamdani, uma vitória consolidaria a presença da nova geração do Partido Democrata e representaria uma rejeição às políticas tradicionais, enquanto Trump continuará a pressionar para proteger interesses e atacar a oposição.
Por: Metrópoles

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