O espetáculo chega ao (DF) para quatro apresentações no neste fim de semana, entre 21 e 23 de novembro. A adaptação do livro de oferece uma leitura cênica que se apoia na música, na religiosidade afro-indígena e na relação familiar retratada no romance.
A adaptação parte do livro lançado em 2019, que acompanha a vida das irmãs Bibiana e Belonísia em uma comunidade rural marcada por relações de trabalho herdadas do período escravista. A narrativa de Itamar expõe disputas por terra, silenciamentos históricos e tensões entre tradição e mudança, elementos que se tornaram centrais na versão para o palco.
O diretor-geral, ., afirmou em entrevista ao Metrópoles que hesitou antes de aceitar transformar a obra em musical.
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“No início, eu achei que não era viável uma história tão dura ser transformada em musical. Mas entendemos que a religiosidade de matriz africana e indígena celebra cantando e dançando. Aí percebemos que havia um caminho possível”, explica.
A dramaturgia, construída por Aldri Anunciação e Fábio Espírito Santo, abre espaço para um novo eixo narrativo com a inclusão de Donana, avó das protagonistas. A escolha, segundo Elísio, reorganiza os pontos de vista da obra original.
“Dentro de Torto Arado, a mesma história pode ser contada por diversos olhares. Eu quis falar da influência da avó e da transmissão de tradições dentro da família.”
A montagem conta com 22 artistas em cena. A condução musical ficou com Jarbas Bittencourt, que integrou a criação desde o início.

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1 de 6 Torto Arado - O Musical passa pelo DF neste fim de semana (21 a 23/11)
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2 de 6 A peça é uma adaptação do livro de Itamara Vieira Junior
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A parceria com a direção levou à elaboração de cenas e canções de maneira simultânea. “As cenas foram escritas ao mesmo tempo em que Jarbas compunha. Isso fez a narrativa se estruturar como musical desde o primeiro momento”, comenta o diretor.
O espetáculo apresenta canções inéditas e um trabalho de movimento coordenado por Zebrinha, coreógrafo do Bando de Teatro Olodum. O Jarê, religião presente no romance, orienta parte das escolhas de cena e do desenho corporal dos intérpretes.
Nos papéis centrais, Larissa Luz interpreta Bibiana e Bárbara Sut assume Belonísia. Lilian Valeska dá vida a Donana, personagem criada para a versão teatral. A presença das três articula a estrutura dramática da montagem e conduz a passagem do tempo dentro da narrativa.
Para Lopes Jr., a força da montagem está no modo como a equipe optou por assumir referências brasileiras como base estética e narrativa. “É um musical brasileiro. Cantado, falado e pensado a partir das referências do país. Acho que isso ajudou na recepção”, diz o diretor.
A passagem por Brasília marca uma nova etapa da circulação nacional. O diretor diz enxergar no público do DF um espaço atento ao teatro contemporâneo, além de relembrar a conexão com a cidade: “Já morei em Brasília e sei que a cidade acompanha arte com interesse”.
Serviço
Torto Arado – O Musical
Sexta-feira (21/11), às 19h; sábado (22/11), às 15h e às 19h; e domingo (23/11), às 18h. Os ingressos custam R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia e estão disponíveis nas bilheterias do Sesc Ceilândia e no . Não recomendado para menores de 16 anos.