Centenas de manifestantes se reuniram neste domingo (7.dez. 2025) na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra o aumento do número de casos de feminicídio no Brasil. O ato Levante Mulheres Vivas, que começou a concentração às 12h no Masp (Museu de Arte Moderna de São Paulo), é realizado em 25 capitais brasileiras, incluindo Brasília, a partir deste final de semana.
Os participantes ocuparam os 2 lados de 3 quarteirões em frente ao museu. Em um dos momentos de maior mobilização, mulheres entoaram um coro de “parem de nos matar”. Outros lemas foram “nenhuma a menos”, “mulheres vivas”e “parem de nos matar”
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Estiveram presentes Erika Hilton (Psol), Guilherme Boulos (Psol), Eduardo Suplicy (PT), a bancada feminista do Psol, PSB, CUT e outras organizações de esquerda e movimento de lutas pelas mulheres. Havia também faixas de “Lula 2026”, em alusão a disputa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O movimento afirma ser suprapartidário e independente pela vida das mulheres.
A PM (Polícia Militar) acompanhou o ato e não houve confusão.
Segundo o Levante Mulheres Vivas, a PM (Polícia Militar) do Estado de São Paulo havia se recusado inicialmente a disponibilizar policiamento para o ato, alegando que uma manifestação bolsonarista em prol da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro ocorreria no mesmo local e horário.
No sábado (6.dez), o Levante informou que a corporação reconsiderou a decisão e, em reunião com as coordenadoras do movimento, definiu que fará a segurança do ato.
Convocado pelo vice-prefeito da capital paulista, Coronel Mello Araújo (PL-SP), um ato a favor da anistia para Bolsonaro e envolvidos no 8 de Janeiro foi marcado para este domingo (7.dez) na avenida Paulista, em frente ao prédio da Gazeta, a menos de 700 metros do protesto no Masp.
O protesto ocupou um quarteirão.
Organizado pelo movimento Levante Mulheres Vivas, o ato se dá a partir deste fim de semana em diversas cidades do país em reação à escalada da violência de gênero. Ao todo, a mobilização está marcada para ser realizada em 22 Estados e no Distrito Federal, alcançando 25 capitais brasileiras, incluindo Brasília.
A mobilização é feita em um contexto de agravamento da violência contra mulheres. Em 2024, uma mulher foi morta por razão de gênero a cada 17 horas nos 9 Estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança, que registrou 531 feminicídios no ano passado, com 75,3% cometidos por pessoas próximas. O estudo aponta ainda que, a cada 24 horas, pelo menos 13 mulheres foram vítimas de violência nesses Estados, somando 4.181 casos, alta de 12,4% em relação a 2023, período em que o Amazonas ainda não integrava o monitoramento.
Ao convocar os atos, a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) citou casos de violência contra mulheres que repercutiram nas últimas semanas. Na 2ª feira (1º.nov), em São Paulo, um homem invadiu uma pastelaria armado com 2 pistolas e disparou 6 vezes contra a ex-namorada. Dias antes, em 21 de novembro, o corpo de uma mulher foi encontrado em uma trilha em Florianópolis (SC). Ela havia sido estuprada e assassinada. No dia 15 de novembro, em Itariri (SP), um homem matou a facadas a mulher enquanto as 3 filhas da vítima estariam no local.
Esta reportagem foi escrita pelo estagiário de jornalismo Diogo Campiteli sob a supervisão do editor Guilherme Pavarin





