Maior fazenda da América Latina tem 365 janelas, 52 quartos, 12 janelas e uma história impressionante
Com 365 janelas e 52 quartos, a Fazenda Santa Clara é a maior da América Latina. Construída no século XVIII, guarda uma história de luxo, sofrimento e resistência que reflete as contradições do Brasil colonial.
Erguida no século XVIII, em Minas Gerais, a Fazenda Santa Clara é considerada a maior da América Latina. Por trás da grandiosidade, o local revela capítulos marcantes e dolorosos da história colonial brasileira. Mas e os números, o que representam? No interior de Minas Gerais, cercada por vales e montanhas que testemunharam o Brasil colonial, ergue-se a Fazenda Santa Clara, um dos mais impressionantes exemplares da arquitetura rural do país. Construída entre 1760 e 1780, a propriedade é considerada a maior fazenda da América Latina, com 6.000 metros quadrados de área construída, 365 janelas, 52 quartos e 12 salões — números que simbolizam os dias, semanas e meses do ano. Mais do que um marco da arquitetura, a Santa Clara é um retrato vívido das contradições do período escravocrata, abrigando histórias de poder, sofrimento e resistência que marcaram a formação social do Brasil.
Fazenda Santa Clara: Um projeto monumental do século XVIII A Fazenda Santa Clara foi construída sob o comando do Comendador Francisco Tereziano Fortes, um dos grandes proprietários rurais da região à época. Sua arquitetura reflete o estilo colonial mineiro, com traços simétricos, amplos salões, janelas ornamentadas e uma capela decorada com afrescos dedicados a Santa Clara. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'}); A imponência da edificação traduzia o prestígio econômico e político de seu proprietário, que transformou o local em símbolo de status e poder. No entanto, sob a elegância das colunas e fachadas, esconde-se uma história muito mais complexa. A face oculta da grandiosidade Por trás das 365 janelas, algumas delas pintadas falsamente para esconder a estrutura da senzala, a fazenda servia como centro de reprodução de escravos, mesmo após a proibição do tráfico negreiro no Brasil. Estima-se que cerca de 2.800 pessoas escravizadas viveram na propriedade, submetidas a condições degradantes e utilizadas como força de trabalho e reprodução. O objetivo era manter o fornecimento de mão de obra por meio da reprodução forçada, evidenciando o grau de brutalidade e exploração que caracterizou o sistema escravocrata. Relatos indicam que homens e mulheres eram separados e tratados como simples instrumentos de produção, o que faz da Santa Clara um símbolo de um dos períodos mais sombrios da história brasileira. Além das atrocidades cometidas contra os escravizados, a fazenda também é palco de histórias trágicas envolvendo a própria família do Comendador. Registros e relatos locais apontam que a esposa de Francisco Tereziano Fortes foi mantida trancada por três décadas em um dos quartos da sede, vindo a assumir o controle da propriedade apenas após a morte do marido. Patrimônio histórico e memória nacional Com o passar dos séculos, a Fazenda Santa Clara resistiu à ação do tempo e foi reconhecida como patrimônio histórico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Sua preservação é vista como uma forma de manter viva a memória de um passado que, embora marcado por dor e desigualdade, ajuda a compreender a formação cultural e social do país.
Atualmente, a propriedade está aberta à visitação e integra o circuito de turismo histórico da região. O passeio guiado, com duração média de uma hora e meia, percorre os principais cômodos da sede — incluindo os salões, a capela e as antigas masmorras —, e termina com uma caminhada até a Cachoeira de Santa Clara, um atrativo natural de águas cristalinas que se tornou símbolo de contemplação e descanso. A importância da preservação Preservar a Fazenda Santa Clara é preservar uma parte essencial da história brasileira. O local representa tanto a riqueza arquitetônica do período colonial quanto os contrastes sociais que moldaram o país. Sua conservação permite que visitantes e estudiosos reflitam sobre o impacto da escravidão, as estruturas de poder e o processo de transformação da sociedade brasileira. Além de seu valor histórico e educativo, o turismo cultural na fazenda contribui para o desenvolvimento econômico da região, gerando empregos e fortalecendo a identidade local. A Santa Clara, portanto, permanece como um monumento à memória, à resistência e à necessidade de reconhecer o passado para compreender o presente. Além de seu valor histórico e educativo, o turismo cultural na fazenda contribui para o desenvolvimento econômico da região, gerando empregos e fortalecendo a identidade local. A Santa Clara, portanto, permanece como um monumento à memória, à resistência e à necessidade de reconhecer o passado para compreender o presente.
Por: Redação
Artigos Relacionados:
AGRO FTI realiza rodada de leilões virtuais com genética de alta qualidade das raças Sindi e Nelore
há 52 minutos
Moraes reabilita advogado de Filipe Martins e dá 24 horas para defesa
há 1 hora
Aprenda a identificar a idade de bovinos analisando os dentes
há 1 hora
Estudo aponta oportunidades para produtores brasileiros no mercado internacional de tilápia
há 2 horas
Nova mandioca BRS Jacundá promete triplicar produtividade no Amazonas
há 2 horas
SovEcon eleva estimativa de produção de trigo da Rússia, a 87,8 mi de t
há 3 horas
CNA destaca importância da cachaça de alambique em festival de inovação e tecnologia
há 3 horas
Nestlé abandona aliança global para reduzir emissões de metano de produção leiteira
há 4 horas
“Rei da Soja” morreu há 10 anos devendo US$ 1 bilhão, mas fez do Centro-Oeste o celeiro do mundo
há 4 horas
ALERTA: Ciclone atinge país com chuvas de 100 mm e ventos de 80 km/h; veja quando e onde
há 4 horas
FAESC debate pautas estratégicas do agronegócio na região Sul
há 4 horas
O passo a passo da preparação das matrizes para a estação de monta
há 4 horas
Cavalo Crioulo movimenta mais de R$ 3 bilhões e mostra por que é símbolo do Rio Grande do Sul
há 4 horas
CMN ajusta regras para renegociação de dívidas rurais de produtores do RS
há 4 horas
Conheça as melhores selas para cavalo e saiba qual é a ideal para você e seu animal
há 4 horas
BNDES aprova R$ 100 mi a 1º projeto de restauração produtiva em larga escala de áreas degradadas da BA, PA, RO e MT
há 4 horas
Salários de lideranças do agronegócio vão de R$ 30 mil a R$ 65 mil; veja quais cargos
há 5 horas
Após semanas de seca, chuvas retornam em boa parte das áreas da safra de verão, aponta EarthDaily
há 5 horas
Conheça a verdadeira história por trás do ditado ‘boi de piranha’
há 5 horas
Conheça a jornada da Dama do Agro, como transformou 35 bois em uma boiada
há 5 horas
Como transformar uma fazenda deficitária em um negócio lucrativo
há 5 horas
Cepea: carne de frango ganha competitividade ante suína no atacado da Grande SP
há 6 horas
Exportação de suco de laranja cai 4,4% no 1º trimestre da safra 2025/26
há 6 horas
Silagem ensacada, silo vertical, horizontal ou silo-bolsa: qual a melhor forma de armazenar?
há 6 horas
Conheça as cidades que mais produzem soja no Brasil e como Matopiba supera recordes
há 6 horas
NOAA confirma La Niña 2025: fenômeno deve persistir até o verão de 2026
há 6 horas
Gigantes do sertanejo e do Quarto de Milha, Xand Avião e Henrique & Juliano lançam parceria inédita
há 6 horas
132 ovos por segundo: como Santa Maria de Jetibá se tornou a Capital Nacional do Ovo