• Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Conheça a jornada da Dama do Agro, como transformou 35 bois em uma boiada

Com apenas 35 cabeças de gado, a Dama do Agro construiu uma operação de sucesso que prova que paixão, planejamento e resiliência são os pilares que fazem qualquer desafio no agro se tornar oportunidade

Com apenas 35 cabeças de gado, a Dama do Agro construiu uma operação de sucesso que prova que paixão, planejamento e resiliência são os pilares que fazem qualquer desafio no agro se tornar oportunidade A história de Liliane Queiroz, conhecida como a “Dama do Agro”, é um exemplo de determinação, gestão estratégica e inovação dentro da pecuária brasileira. Este conteúdo foi elaborado com base na entrevista concedida ao podcast João Domingues Advogados. Em sua fazenda no Norte de Minas, ela transformou um pequeno rebanho de 35 cabeças em uma operação consolidada com genética de ponta e manejos modernos, mostrando que o sucesso no campo exige mais do que esforço físico: é preciso visão, planejamento e resiliência. Siga a leitura e acompanhe o Compre Rural, aqui você encontra informação de qualidade para fortalecer o campo.
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    35 bois que mudaram uma vida Em 2000, Liliane recebeu de presente do sogro 35 cabeças de gado. Era o ponto de partida de um projeto que combinaria tradição familiar com empreendedorismo inovador. “Ele percebeu minha vontade de ter meu próprio negócio. Saí de casa muito jovem, me casei e vim para cá”, recorda Liliane. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});O investimento inicial era pequeno, mas suficiente para aprender na prática. A fazenda, que começou com gado cruzado adaptado ao clima da região, hoje abriga seleção de gado PO, com até três giros de confinamento chegando a 3.000 animais, consolidando a marca Nelore Dama. Segundo dados da Embrapa, a pecuária de corte no Brasil representa cerca de 9% do PIB agropecuário, e operações que investem em genética e manejo eficiente têm até 25% mais rentabilidade em relação a fazendas convencionais da mesma região. Gestão familiar e o desafio da sucessão Além do manejo do gado, Liliane precisou lidar com um desafio comum no agro: a gestão de pessoas e a sucessão familiar. Com colaboradores que vão desde 10 até 30 anos de casa, a rotatividade também é alta. “Isso nos força a ensinar quem está chegando. Hoje, você gera economia em tudo: da compra de insumos à manutenção de máquinas”, explica. O processo de sucessão é outro ponto crítico. Liliane admite que transferir responsabilidades para a próxima geração é um desafio emocional e estratégico. “Meu filho mais velho demonstra interesse em assumir a gestão. É preciso trazer os filhos gradualmente para o negócio, ensinando e acompanhando”, afirma. Especialistas em administração rural ressaltam que empresas familiares representam cerca de 70% da produção agropecuária brasileira, mas muitas não sobrevivem à segunda geração devido à falta de planejamento de sucessão. A experiência que ninguém ensina na escola Filha de produtores de café e pecuária de leite no interior de São Paulo, Liliane cresceu com o agro no sangue. Sua formação em pedagogia não a preparou para a complexidade do campo, mas a experiência prática compensou. Ela lembra das dificuldades de infraestrutura no fim da década de 1990: energia elétrica instável, telefone rural caro e limitado, e ausência de irrigação moderna. “Aprendi muito com meu sogro. Ele foi duro e exigente, mas paciente para me ensinar cada detalhe do manejo, da administração e da pecuária”, diz. Hoje, a propriedade se beneficia de tecnologia de ponta, com maquinário moderno, sistemas de monitoramento de pastagem e planejamento estratégico para cada safra, aumentando a produtividade de maneira consistente. Gestão de risco e sustentabilidade Viver no campo significa lidar com variáveis que vão do clima à volatilidade do mercado. Um temporal de granizo, por exemplo, já destruiu parte da produção de soja, mas o investimento em seguros agrícolas reduziu o impacto financeiro. Liliane afirma que a abordagem da fazenda sempre foi conservadora: “Trabalhamos com os pés no chão, planejando produtividade abaixo do esperado. O que vier a mais é lucro”. Estratégias como essas são fundamentais em um setor que lida com preços internacionais, mudanças climáticas e pressões ambientais. A marca Nelore Dama e o protagonismo feminino O apelido “Dama do Agro” surgiu nas redes sociais, quando Liliane começou a compartilhar sua rotina. A partir disso, nasceu a marca Nelore Dama, reconhecida pela qualidade genética, rusticidade e adaptação à seca. O caminho para conquistar espaço em um setor tradicionalmente masculino não foi fácil. Ela lembra de negociações em que precisou provar seu conhecimento diante de resistência e preconceito. “É preciso mostrar que você entende do negócio. As mulheres precisam caminhar lado a lado com a família, aprendendo e atuando com confiança”, comenta. Segundo levantamento da FAO, mulheres representam 23% da força de trabalho agrícola no Brasil, mas ainda enfrentam barreiras para acesso a crédito, gestão de propriedades e participação em mercados competitivos. Para a Dama do Agro, o setor é um lugar de desafios constantes, mas também de grandes recompensas. “O produtor rural é um guerreiro. Minha mensagem para todos é: finca a botina. Vá, faça, trabalhe, não desista. O sucesso é consequência do trabalho bem feito”, diz. A trajetória da Dama do Agro mostra que transformar 35 bois em uma boiada não é apenas sobre pecuária. É sobre gestão estratégica, visão de futuro, superação de desafios e paixão pelo campo. E, acima de tudo, sobre construir um legado para a próxima geração, mantendo as raízes firmes e os olhos no horizonte. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
    Por: Redação

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