• Terça-feira, 1 de abril de 2025

Le Pen pode ser condenada por corrupção nesta 2ª na França

Marine Le Pen lidera pesquisa presidente; se condenada por desviar recursos do Parlamento Europeu, ficará inelegível.

A sentença do caso envolvendo Marine Le Pen, líder do partido de direta francês Reagrupamento Nacional, será anunciada nesta 2⁠ª feira (31.mar.2025). Se condenada, Le Pen, de 56 anos, enfrentará uma inelegibilidade automática de 5 anos, o que a impedirá de concorrer à presidência em 2027. ​

Em 13 de novembro, a Procuradoria de Paris solicitou uma pena de 5 anos de prisão e inelegibilidade para a líder do RN, por suposto desvio de fundos da UE (União Europeia). O pedido se deu quase uma década depois do início das investigações. Inclui também uma multa de 300 mil euros.

As autoridades acusaram Le Pen e outras 24 pessoas de usarem indevidamente cerca de 3 milhões de euros do Parlamento Europeu. Segundo a investigação, eles destinaram o dinheiro ao pagamento de funcionários que trabalhavam para o partido francês de 2012 a 2016, período em que Le Pen atuava como eurodeputada.

O partido afirma que o valor teria sido usado legitimamente.

Le Pen lidera as pesquisas eleitorais para a próxima eleição presidencial, daqui a 2 anos. Segundo uma pesquisa do Ifop, publicada em março, ela tem 36% das intenções de voto no cenário de voto estimulado. Caso a política seja barrada do pleito de 2027, seu provável substituo será Jordan Bardella, atual presidente do partido.

O apoio a ambos é particularmente forte entre os simpatizantes do Reagrupamento Nacional, com 90% expressando o desejo de que Bardella seja candidato e 87% apoiando uma candidatura de Le Pen. No cenário de uma condenação da líder, 60% dos entrevistados antecipam uma candidatura de Bardella.

Eleito para a presidência do partido em novembro de 2022, Bardella, de 29 anos, afirmou ser um candidato de continuidade, com o objetivo de proteger o legado de Le Pen. 

No entanto, segundo o jornal francês Le Monde, Bardella enfrenta dificuldades para consolidar o partido como uma alternativa governante. Mesmo com bons resultados eleitorais, sua gestão é criticada internamente por falta de organização e centralização excessiva.

A maior ameaça à liderança da direita nas pesquisa é Édouard Philippe (Horizontes, centro-direita), atual prefeito de Le Havre. Ele tem 25% das intenções de voto.

Correm por fora o ex-parlamentar Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa, esquerda), com 12%, e Éric Zemmour, presidente do partido de direita Reconquista. O ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, do partido Renascimento (centro), o mesmo do atual presidente Emmanuel Macron, aparece bem nos levantamentos, mas não confirma sua intenção em concorrer à Presidência.

Macron não pode ser reeleito. Está em seu 2º mandato consecutivo, o limite estabelecido pela Constituição francesa. Macron foi eleito em 2017 e reeleito em 2022.

Enquanto Marine Le Pen mantêm a liderança nas pesquisas, o atual presidente da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), enfrenta uma queda contínua de popularidade.

Uma pesquisa do jornal Político, publicada em 20 de março, mostra que 72% dos franceses desaprovam sua gestão, enquanto apenas 27% aprovam. No mesmo período, em 2024, sua desaprovação era de 68% contra 30% de aprovação, evidenciando uma tendência de queda desde 2023, impulsionada pela insatisfação da população com o seu governo. 

Os principais fatores por trás do aumento de sua impopularidade incluem:

Este post foi produzido pela estagiária de jornalismo Nathallie Lopes sob supervisão do editor Ighor Nóbrega.

Por: Poder360

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