• Quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Lavrov sinaliza negociações estratégicas entre Rússia, EUA e China

Em meio à escalada da guerra comercial entre EUA e China, Sergey Lavrov, defende diálogo trilateral sobre estabilidade global

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, , afirmou nesta quarta-feira (15/10) que Moscou mantém aberta a possibilidade de negociações de estabilidade estratégica com os . A proposta, segundo ele, segue em discussão apesar das tensões crescentes entre Washington e Pequim. “A iniciativa de longa data das negociações trilaterais Rússia-EUA-China sobre estabilidade estratégica, lançada sob o governo Joe Biden, continua vigente”, declarou Lavrov em entrevista ao jornal Kommersant. “A ideia já circula há anos, de uma forma ou de outra.” O chanceler russo destacou que a posição russa é de que “” sobre sua adesão às tratativas. Segundo ele, o arsenal chinês ainda não é comparável ao das duas maiores potências nucleares. “A China tem sua própria abordagem. Seu arsenal ainda não é comparável ao nosso ou ao americano”, afirmou. “Lembramos constantemente aos colegas dos Estados Unidos que eles não devem se esquecer de seus aliados — França e Reino Unido — que fazem parte da mesma aliança militar.” Leia também Autocontenção e fim do tratado nuclear O chanceler russo também abordou a suspensão do último tratado de controle nuclear em vigor entre Washington e Moscou, o , que expira em fevereiro de 2026. Segundo Lavrov, o presidente Vladimir Putin decidiu manter uma “autocontenção voluntária” em relação aos limites estabelecidos no acordo, sob condição de que os EUA façam o mesmo. “Putin disse que nós – a Rússia – estamos estendendo nossa autocontenção voluntária pelos parâmetros quantitativos especificados no Tratado, com a condição de que, após 6 de fevereiro de 2026, os Estados Unidos façam o mesmo. Caso contrário, tais questões não são unilaterais”, disse Lavrov. Ele afirmou ainda que Moscou aguarda uma resposta de Washington antes do vencimento do tratado. Escalada entre EUA e China Enquanto Moscou acena ao diálogo, Washington e Pequim vivem um dos piores momentos diplomáticos da última década. Nesta quarta-feira (15/10), o presidente americano Donald Trump afirmou que os Estados Unidos estão em uma “guerra comercial” com a China, ao anunciar tarifas de 100% sobre todos os produtos importados do país asiático. Além das tensões militares, o impasse comercial se aprofundou após a China suspender a compra de soja dos EUA, medida que afeta fortemente o setor agrícola americano. Trump respondeu prometendo retaliações econômicas adicionais, incluindo restrições a negócios com o governo chinês. Relação sólida com a China O ministro de Vladimir Putin ressaltou que a , especialmente contra Pequim. “Isso nem passaria pela nossa cabeça”, disse. “Temos uma estrutura jurídica sólida com a China que demonstra claramente nosso relacionamento — apoiar e ajudar um ao outro, fortalecer nossas economias, capacidades de defesa e posições no cenário internacional”. As declarações ocorrem em meio a uma aproximação cada vez mais estreita entre Moscou e Pequim, consolidada na recente visita de Putin à China. Durante o encontro com Xi Jinping e o líder norte-coreano Kim Jong-un, os três países reforçaram a intenção de promover uma “nova governança global” sem a hegemonia dos Estados Unidos. 5 imagens Sergey LavrovSergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da RússiaPutin e LavrovFechar modal. 1 de 5 Lavrov e mauro vieira assinam acordo 2 de 5 Sergey Lavrov Kay Nietfeld/picture alliance via Getty Images 3 de 5 4 de 5 Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia Spencer Platt/Getty Images 5 de 5 Putin e Lavrov Contributor/Getty Images
Por: Metrópoles

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