• Segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Javier Bardem faz protesto pró-Palestina no Emmy

Ator espanhol disse que não pode "trabalhar com alguém que justifica ou apoia o genocídio".

O ator espanhol Javier Bardem fez um protesto pró-Palestina durante o tapete vermelho do Emmy, no domingo (14.set.2025), em Los Angeles. Ele declarou fazer parte de um grupo com outros 1.500 artistas que se comprometeram a não trabalhar com instituições israelenses.

Indicado como Melhor Ator Coadjuvante pela série “Monstros: Irmãos Menendez – Assassinos dos Pais”, Bardem foi derrotado por Owen Cooper (Adolescência). O ator cruzou o tapete vermelho usando um keffiyeh –lenço tradicional árabe. Ao dar entrevista à revista Variety, o artista classificou a situação na Faixa de Gaza como “genocídio”, citando um estudo da IAGS (sigla de Associação Internacional de Estudos sobre Genocídio). Ele defendeu a aplicação de sanções comerciais e diplomáticas contra Israel.

Eu não posso trabalhar com alguém que justifica ou apoia o genocídio. É simples assim. Não deveríamos poder fazer isso –nesta indústria ou em qualquer outra”, disse o ator.

Vencedor do Oscar em 2007 de Melhor Ator Coadjuvante por seu papel em “Onde os Fracos Não Têm Vez”, Bardem falava também no contexto de um compromisso público organizado pelo grupo FWP (Film Workers for Palestine). No documento, os signatários declaram que não irão trabalhar com instituições e empresas cinematográficas israelenses envolvidas em “genocídio e apartheid contra o povo palestino”.

O compromisso afirma que os exemplos de cumplicidade incluem “camuflar ou justificar o genocídio e o apartheid e/ou firmar parcerias com o governo que os comete”.

Entre os signatários estão nomes conhecidos como os atores Joaquin Phoenix, Pedro Pascal, Ralph Fiennes, Guillermo del Toro, Olivia Colman, Mark Ruffalo, Tilda Swinton, Javier Bardem, além dos diretores Yorgos Lanthimos, Ava DuVernay e Asif Kapadia.

Bardem declarou que a iniciativa não tem como alvo indivíduos com base em identidade: “Os alvos são as empresas e instituições cinematográficas que são cúmplices e estão camuflando ou justificando o genocídio e seu regime de apartheid”.

A iniciativa foi alvo de reação da API (Associação de Produtores Israelenses), que classificou a medida como “profundamente equivocada”.

A Paramount respondeu à carta afirmando que não concorda com o boicote, argumentando que silenciar artistas criativos com base em sua nacionalidade não promove uma melhor compreensão nem contribui para a causa da paz.

No mesmo dia do Emmy, mais de 40 pessoas morreram na Faixa de Gaza, a maioria em bombardeios das tropas israelenses no norte do enclave palestino.

O Exército israelense faz, há mais de 1 mês, ofensiva contra a cidade de Gaza. O objetivo é ocupar a região, tentar resgatar os reféns israelenses que ainda estão sob o domínio do Hamas e eliminar o grupo. Estima-se que os ataques tenham provocado o deslocamento de 1 milhão de pessoas que residiam na cidade.

A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel, que deixou 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala que já deixou mais de 64.000 mortos, na maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas. As ofensivas destruíram quase toda a infraestrutura do território e provocaram um desastre humanitário sem precedentes na região.

Por: Poder360

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