• Sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Israel: “Portas do inferno se abrirão” se Hamas não liberar reféns

Vencer o Hamas e libertar todos os reféns são objetivos interligados, destacou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ameaçou nesta sexta-feira (22/8) caso o Hamas não aceite os termos israelenses para um acordo de paz. A declaração foi feita um dia após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizar a retomada das negociações visando à ainda mantidos no território palestino. Vencer o Hamas e libertar todos os reféns são objetivos interligados, destacou Benjamin Netanyahu em uma mensagem de vídeo propositalmente vaga para não desagradar à ala mais radical de sua coalizão política. Nessa quinta-feira (21/8), o primeiro-ministro israelense ordenou a retomada “imediata das negociações para a libertação de todos os nossos reféns e o fim da guerra em condições aceitáveis para Israel”, no contexto de um acordo de trégua. Leia também A declaração foi divulgada três dias após o Hamas ter dado sinal verde à última proposta dos mediadores do Egito, Catar e Estados Unidos. Entretanto, a proposta jamais foi mencionada explicitamente pelo primeiro-ministro de Israel. Segundo os termos aceitos pelo grupo islâmico palestino, um cessar-fogo seria instaurado por 60 dias, período em que seriam libertados os reféns sequestrados durante os ataques de 7 de outubro de 2023, além de prisioneiros palestinos detidos em Israel. Katz ameaça Hamas: “portas do inferno se abrirão” Nesta sexta, autoridades israelenses anunciaram que a equipe de negociadores está pronta para partir, aguardando apenas a definição do local das negociações. “Em breve, as portas do inferno se abrirão para os assassinos e estupradores do Hamas em Gaza, até que aceitem as condições impostas por Israel para encerrar a guerra, principalmente a libertação de todos os reféns e o desarmamento” do movimento islâmico palestino, escreveu o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, na rede X. “Se não aceitarem, Gaza, a capital do Hamas, se tornará Rafah ou Beit Hanoun”, acrescentou, referindo-se a duas cidades da Faixa de Gaza amplamente devastadas por Israel na guerra contra o Hamas que já dura quase dois anos. O exército israelense informou ter alertado os hospitais de Gaza e as organizações humanitárias internacionais para que estejam preparados para evacuar do norte para o sul do enclave palestino. Esse apelo foi rejeitado pelo Ministério da Saúde em Gaza, que está sob controle do governo do Hamas. Segundo uma pesquisa publicada nesta sexta-feira, pelo jornal israelense Maariv, 62% dos israelenses não confiam mais em seu governo. Causa humanitária e fome em Gaza Enquanto a ONU e diversas ONGs humanitárias alertam para o risco iminente de fome na Faixa de Gaza, é aguardada para esta sexta-feira a publicação de um novo relatório internacional sobre a fome no território palestino sitiado. Na última versão publicada no fim de julho, o relatório IPC (sigla em inglês para Classificação Integrada de  Segurança Alimentar) indicava que “o pior cenário de fome está em curso na Faixa de Gaza” devido à intensificação dos combates, aos deslocamentos massivos da população e às restrições à ajuda humanitária. “Vocês sabem quem está morrendo de fome? Os reféns sequestrados e torturados pelos bárbaros do Hamas”, escreveu na rede X o embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, fervoroso apoiador de Israel, antes mesmo da publicação do relatório. “Talvez os terroristas superalimentados possam compartilhar com os famintos, especialmente com os reféns, parte dos estoques cheios do que roubaram”, acrescentou. Na Faixa de Gaza, testemunhas relatam o desespero de milhares de palestinos que resistem em Gaza e imploram por distribuições de alimentos e ajuda humanitária no território devastado. Embora afirme querer negociar um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns em Gaza, Israel, que atualmente controla cerca de 75% do território palestino, intensifica sua pressão militar. O governo Netanyahu aprovou esta semana um plano de ataque contra a cidade de Gaza, a maior do território, e anunciou a convocação de mais 60 mil reservistas.
Por: Metrópoles

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