• Segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Instituto de apostas critica "hipocrisia" de bancos sobre endividamento

IBJR afirmou que cartão de crédito é a principal fonte de dívidas de brasileiros.

O IBJR (Instituto Brasileiro de Jogo Responsável) disse nesta 2ª feira (20.out.2025) que críticas do setor bancário às empresas de apostas esportivas por endividamento são “uma contradição insustentável e um ato de profunda hipocrisia”.

Em nota, o instituto afirma que, segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio), o cartão de crédito é a principal fonte de endividamento das famílias brasileiras. Também chama o setor bancário de “catalisador histórico do superendividamento no país”.

O IBJR diz que, na discussão da MP (Medida Provisória) alternativa ao aumento do IOF, os bancos admitiram ter como “única preocupação” o impacto da taxação das letras de crédito rural e imobiliário, o que deixaria claroque o setor tenta desviar o foco de seus próprios privilégios estruturais e de sua responsabilidade inegável no cenário de endividamento do país”.

A Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), da CNC, indica que a inadimplência atingiu em setembro o maior nível da série histórica iniciada em 2010, chegando a 30,5% das famílias brasileiras. Na análise por tipo de dívida, o cartão de crédito é líder (84,2%), seguido por cheque especial (3,2%) e cheque pré-datado (0,3%).

De acordo com dados do PoderData, o percentual de apostadores que afirmam ter se endividado por causa dos gastos com jogos on-line nas chamadas bets dobrou em 11 meses, indo de 16% em outubro de 2024 para 35% em setembro de 2025. A pergunta foi feita para o grupo de 36% dos eleitores que afirmam já ter apostado em plataformas digitais. 

Nesse grupo, 51% dizem não ter contraído nenhuma dívida por causa das bets. A taxa de quem preferiu não responder é de 14%. A pesquisa foi feita de 27 a 29 de setembro de 2025 e tem margem de erro de 2,0 p.p.

Eis a íntegra da nota:

“O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), que reúne as principais empresas de apostas do Brasil e do mundo, manifesta o seu mais veemente repúdio às críticas do setor bancário às empresas de apostas esportivas, alegando preocupação com o endividamento da população. É uma contradição insustentável e um ato de profunda hipocrisia de um catalisador histórico do superendividamento no país.

“Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio, demonstram que quase 80% das famílias brasileiras estão endividadas, e a principal fonte desse endividamento não são as apostas, mas, sim, o cartão de crédito – sistema de pagamento que não é aceito pelas bets regulamentadas no Brasil. Trata-se de um produto maciçamente oferecido, com taxas de juros que chegaram a alarmantes 451,5% ao ano em agosto.

“Na discussão da Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do IOF, os bancos admitiram que sua ‘única preocupação’ é com o impacto da taxação das letras de crédito rural e imobiliário (LCA e LCI), produtos bancários. Fica claro que o setor tenta desviar o foco de seus próprios privilégios estruturais e de sua responsabilidade inegável no cenário de endividamento do país.

“Desde a regulamentação do mercado de apostas esportivas, temos defendido um ambiente devidamente fiscalizado, com regras claras e operadores comprometidos com a conformidade legal, para garantir um ecossistema transparente, responsável e livre de vínculos ilícitos. O IBJR reforça seu compromisso com o diálogo construtivo para o desenvolvimento de um mercado regulado, seguro e responsável, que contribua para o crescimento econômico e para a proteção do consumidor brasileiro.”

Por: Poder360

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