Não o suficiente
Autoridades israelenses disseram que 600 caminhões obtiveram autorização para entrar no território bloqueado sob o atual acordo de trégua mediado pelos Estados Unidos. Para Fletcher, o número configura uma "boa base", mas não é o bastante para atender à escala da necessidade. Fletcher pediu que mais de 50 ONGs internacionais, incluindo a Oxfam e o Conselho Norueguês de Refugiados, fossem autorizadas a levar ajuda. Segundo ele, a questão foi levada a Israel, os Estados Unidos e outros parceiros regionais. "Não podemos oferecer a escala necessária sem a presença e o envolvimento dessas organizações. Portanto, queremos que eles voltem a participar", disse. Fletcher afirmou que a pilhagem de caminhões de ajuda -- flagelo frequente durante os combates -- caiu drasticamente nos últimos dias com o aumento das entregas. "Se você está recebendo apenas 60 caminhões por dia, pessoas desesperadas e famintas atacarão esses caminhões. A maneira de acabar com os saques é entregar ajuda em grande escala e fazer com que o setor privado e os mercados comerciais voltem a funcionar." Fletcher recebeu com satisfação a oferta da Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente, de atuar na reabertura da passagem de Rafah pela fronteira com o Egito para as entregas de ajuda prevista para quinta-feira. Israel impôs um atraso por conta do que considerou demora do Hamas em devolver corpos dos reféns mortos sob os termos do acordo de cessar-fogo. O subsecretário aproveitou para destacar que as retiradas de pacientes médicos através da passagem seriam uma prioridade, citando conversas recentes com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi e o presidente palestino Mahmoud Abbas."Precisamos de paz"
Ele lembra que, para que os novos esforços de ajuda sejam bem-sucedidos, o acordo de cessar-fogo deve ser mantido. "Precisamos de paz. Dessa forma, poderemos ampliar enormemente nossas operações. Precisamos que o mundo continue apoiando esse plano de paz." Vastas faixas do território costeiro estreito e altamente povoado foram reduzidas a um terreno baldio pelos bombardeios e ataques aéreos israelenses que mataram cerca de 68.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza. A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram levadas como reféns para Gaza, de acordo com registros israelenses. Os 20 reféns vivos restantes foram libertados na segunda-feira em troca de milhares de palestinos presos em Israel. * É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas
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