• Sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Entenda a relação entre câncer de próstata e doenças cardiovasculares

Dados indicam que homens com câncer de próstata têm duas vezes mais chances de morrer por doenças cardiovasculares do que pelo próprio tumor

e as vai além do fato de ambas afetarem homens a partir dos 50 anos. O câncer e as doenças do coração têm fatores de risco em comum, como envelhecimento, sedentarismo, obesidade e má alimentação. Por isso, é comum que as condições apareçam juntas e que influenciem a evolução uma da outra. Com avanços no tratamento oncológico, os pacientes passaram a viver mais, mas também lidam com novas questões. Muitos acabam desenvolvendo ou piorando doenças cardíacas durante o tratamento, devido a alterações hormonais, inflamações persistentes e do efeito de . Pesquisas mostram que pacientes com câncer de próstata têm duas vezes mais chances de morrer por doenças cardiovasculares do que pelo próprio tumor. Leia também Relação entre câncer de próstata e doenças cardiovasculares A testosterona — hormônio produzido principalmente nos testículos — tem um papel importante na saúde masculina e está no centro da relação entre o câncer de próstata e as doenças cardiovasculares. Isso ocorre porque quando os níveis hormonais caem demais, o organismo passa por mudanças que afetam o sistema reprodutor e o coração. Durante o tratamento do câncer de próstata, é comum que os pacientes precisem usar medicamentos que bloqueiam a produção de testosterona para frear o avanço do tumor. Mesmo que eficazes, essas terapias hormonais podem alterar o metabolismo e aumentar as chances de complicações cardiovasculares. “Quando o câncer é diagnosticado cedo, muitas vezes a cirurgia é suficiente para curar o paciente sem necessidade de medicações que reduzem a testosterona, evitando também o aumento do risco cardiovascular”, explica o urologista Sérgio Andurte, da Oruclinic, em Brasília. A testosterona baixa pode aumentar a resistência à insulina, favorecer o acúmulo de gordura abdominal e reduzir a massa muscular. Esses fatores elevam o risco de desenvolver diabetes, hipertensão e colesterol alto, condições que, juntas, favorecem o surgimento de doenças cardíacas. Outros fatores de risco cardíaco O bloqueio hormonal não é o único fator que afeta o coração. O próprio processo inflamatório do câncer, somado ao envelhecimento e ao uso prolongado das medicações, pode endurecer e estreitar as artérias do coração, o que favorece a formação de placas de gordura. Esse quadro aumenta as chances de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Ricardo Cals, coordenador de cardiologia do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília, explica que é muito importante manter um acompanhamento médico integrado, principalmente com o cardiologista, para o controle dos parâmetros cardiovasculares. “O paciente com câncer de próstata deve ser avaliado também pelo cardiologista. É essencial controlar os fatores de risco e seguir as metas de colesterol, glicose e pressão arterial definidas pelas diretrizes”, aconselha Cals. Prevenção e hábitos saudáveis reduzem os riscos A prevenção é o ponto em comum entre os cuidados com a próstata e o coração. Consultas periódicas, diagnóstico precoce e a manutenção dos níveis hormonais são indispensáveis para evitar a progressão das doenças. Ilsutração colorida de coração humano - Entenda relação do câncer de próstata com as doenças cardiovasculares - MetrópolesCuidar da alimentação, manter rotina de atividades físicas e evitar o cigarro são medidas que reduzem os riscos de câncer e doenças cardíacas Além disso, a adoção de hábitos saudáveis, como boa alimentação, prática regular de exercícios físicos, sono de qualidade e abandono do cigarro, são uma forma comprovada de reduzir o risco de ambas as condições. Cuidado contínuo é essencial após o tratamento O fim do tratamento do câncer de próstata não significa que os cuidados com a saúde podem ser deixados de lado. As alterações hormonais e metabólicas motivadas pela terapia podem persistir por meses ou anos, aumentando o risco de hipertensão, arritmias e acúmulo de gordura nas artérias. Por isso, o acompanhamento com o cardiologista deve continuar mesmo após a remissão do tumor. Além dos exames de rotina, o controle do peso, da glicemia e da pressão arterial ajudam a prevenir complicações e a preservar a qualidade de vida. “A gente não deve apenas focar no tratamento do tumor e esquecer do resto. O coração e o tratamento cardiovascular têm que andar juntos com o tumoral para aumentar a qualidade de vida e a expectativa de vida do paciente”, orienta Cals. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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