• Sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Empresas rejeitam retaliação aos EUA e defendem negociação diante do tarifaço

Levantamento da Amcham revela que 88% das companhias preferem evitar medidas de reciprocidade e buscar diálogo para preservar comércio bilateral.

Levantamento da Amcham revela que 88% das companhias preferem evitar medidas de reciprocidade e buscar diálogo para preservar comércio bilateral. A maioria das empresas brasileiras e multinacionais instaladas no país não quer que o Brasil adote medidas de retaliação contra os Estados Unidos após a decisão americana de impor tarifas de 50% sobre diversos produtos nacionais. Segundo levantamento da Amcham Brasil, realizado com 162 companhias entre 24 e 30 de julho de 2025, 88% defendem que a melhor saída é negociar, sem recorrer a represálias comerciais. Apenas 10% apoiam retaliação imediata. O estudo mostra que 86% acreditam que uma resposta agressiva apenas agravaria tensões e reduziria o espaço para o diálogo. Entre as empresas exportadoras, 59% projetam queda acentuada ou interrupção total nas vendas aos EUA com a entrada em vigor das sobretaxas — cenário que ameaça setores estratégicos do comércio bilateral.
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    Lista de exceções e impacto nas exportações A ordem executiva assinada por Washington em 30 de julho incluiu 694 produtos brasileiros na lista de exceções, preservando US$ 18,4 bilhões em exportações, o que equivale a 43,4% do total vendido pelo Brasil aos EUA em 2024 (US$ 42,3 bilhões). Apesar do alívio parcial, o impacto para diversos setores segue sendo considerado expressivo. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Principais preocupações das empresas O levantamento aponta que as maiores apreensões com uma eventual retaliação brasileira são:
  • Agravamento das tensões com os EUA e redução do espaço para negociação (86%);
  • Impactos para setores dependentes de insumos e tecnologias americanas (71%);
  • Prejuízo à imagem do Brasil como destino de investimentos (50%);
  • Aumento da insegurança jurídica (45%).
  • Além disso, outras consequências preocupam o setor empresarial:
  • 52% apontam risco à cadeia de fornecedores no Brasil;
  • 52% veem perda de competitividade frente a concorrentes internacionais;
  • 46% avaliam rever investimentos planejados ou em curso;
  • 43% consideram realocar projetos globais;
  • 41% preveem corte de pessoal e redução da atratividade para novos investimentos.
  • Mobilização e posicionamento empresarial O presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, alerta que “as tarifas mais altas podem interromper exportações e redirecionar investimentos globais. É fundamental buscar uma solução que preserve os ganhos econômicos e sociais da relação entre Brasil e Estados Unidos”. Segundo a pesquisa, 52% das empresas monitoram a situação sem ações concretas e 54% atuam por meio de associações empresariais. Há, ainda, mobilizações pontuais: 25% engajam parceiros e clientes nos EUA e 16% dialogam diretamente com autoridades brasileiras. O recado majoritário do setor privado é claro: preservar o diálogo e evitar uma escalada de medidas punitivas pode ser mais eficiente do que retaliar de imediato, especialmente em um cenário global de incertezas econômicas. VEJA TAMBÉM:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
    Por: Redação

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