• Sábado, 2 de agosto de 2025

Em meio ao tarifaço, SP quer retomar exportação de carne ao Japão

Secretário de Agricultura e Abastecimento do governo paulista, Guilherme Piai, teve reunião com o cônsul-geral do Japão em São Paulo

O secretário de Agricultura e Abastecimento do governo paulista, , teve uma reunião com o cônsul-geral do Japão em , Shimizu Toru, para tratar da possível retomada das exportações de carne ao país asiático. O encontro acontece em meio às discussões sobre o tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos , Donald Trump, a diversos países pelo mundo, entre os quais o Brasil – alvo das maiores taxas (50%) sobre determinados produtos e setores. A informação foi publicada inicialmente pela Folha de S.Paulo. Entenda Em maio do ano passado, o Brasil foi declarado livre da febre aftosa sem vacinação animal. Com esse status, o país, em tese, tem sinal verde para voltar a exportar carne bovina para países como o Japão e a Coreia do Sul – que só compram de mercados livres da doença. Por outro lado, o fim da vacinação exige protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados brasileiros. Atualmente, o Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome – o que representa algo em torno de US$ 4 bilhões por ano. Desse montante, 80% são importados dos EUA e da Austrália. Em relação ao Brasil, o processo de negociação com os japoneses se desenrola há mais de 20 anos. O último protocolo entre os dois países vem sendo discutido há cinco anos. Objetivo é diversificar destino de exportações, diz secretário Por meio de nota, o secretário da Agricultura de São Paulo confirmou que o estado pretende reabrir a venda de carne ao Japão. “A ampliação do diálogo com o Consulado do Japão reforça o nosso compromisso de fortalecer e expandir a presença da pecuária paulista no mercado internacional”, diz Piai. “A diversificação dos destinos das nossas exportações, além de aumentar a competitividade, gera mais oportunidades e promove o desenvolvimento dos nossos produtores.” Leia também Carne não escapou do tarifaço Pelo menos até este momento, das tarifas adicionais impostas pelo governo dos EUA. do presidente norte-americano , que assinou uma ordem executiva oficializando a taxa de 50% sobre exportações vindas do Brasil. A informação consta de documentos divulgados pela , na última quarta-feira (30/7), sobre a medida. Entre os produtos isentos da taxa, estão itens como suco e polpa de laranja, minérios de ferro, derivados de petróleo, castanha, carvão, e peças de aeronaves civis. Governo Tarcísio anunciou pacote emergencial Após a confirmação das tarifas comerciais de 50% impostas pelos EUA, o governador de São Paulo, (Republicanos),. Uma das medidas anunciadas pelo governo de São Paulo é a oferta de R$ 400 milhões em empréstimos subsidiados às empresas exportadoras do estado. O valor é o dobro daquele que foi anunciado na semana passada, de R$ 200 milhões. Outra medida confirmada pelo Palácio dos Bandeirantes é a liberação de R$ 1,5 bilhão em créditos acumulados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por meio do programa ProAtivo – o que representa um incremento de R$ 500 milhões em relação ao que havia sido anunciado. De acordo com o governo paulista, a liberação dos créditos de ICMS será destinada, de forma prioritária, a contribuintes exportadores que possuam créditos acumulados aptos à transferência. Cada empresa poderá solicitar até R$ 120 milhões, e os pedidos aprovados serão atendidos em até 10 parcelas. O cronograma de liberação terá início em setembro. Como ficou o tarifaço de Trump Na quinta-feira (31/7), . A medida, que eleva os encargos sobre produtos estrangeiros que entram no mercado norte-americano, é justificada pelo governo como uma resposta a desequilíbrios comerciais e, em alguns casos, a questões de segurança pública. As novas tarifas, que variam entre 10% e 41%, começarão a ser aplicadas no dia 7 de agosto, e não mais neste dia 1º, como prometido anteriormente. No entanto, mercadorias embarcadas para os EUA antes dessa data e que cheguem ao país até 5 de outubro estarão isentas da nova tributação. A tarifa mais alta, de 41%, foi imposta à Síria. Países como Laos e Mianmar foram sobretaxados em 40%. Suíça (39%), Iraque e Sérvia (35%), além de Argélia, Bósnia e Herzegovina, Líbia e África do Sul (30%) também estão entre os mais afetados. A União Europeia (UE), o Japão e a Coreia do Sul passarão a enfrentar tarifas de 15% sobre determinados produtos. Já para Costa Rica, Bolívia e Equador, o encargo subiu de 10% para 15%. No mesmo pacote de medidas, Trump também assinou uma ordem executiva específica para o Canadá, elevando de 25% para 35% a tarifa sobre produtos importados do país vizinho. O Brasil, por sua vez, manteve a alíquota base de 10% estabelecida em abril. No entanto, com o novo decreto, que impõe sobretaxa de 40% a partir da primeira semana de agosto, com exceção de quase 700 produtos, a maior parte das exportações brasileiras passará a enfrentar tarifas efetivas de até 50%. As tarifas anunciadas fazem parte da estratégia do governo Trump de pressionar países com os quais os EUA mantêm déficits comerciais. Segundo a Casa Branca, a ideia é estabelecer “condições justas e equilibradas” no comércio exterior americano. Veja lista das tarifas recíprocas ajustadas: Afeganistão: 15% Argélia: 30% Angola: 15% Bangladesh: 20% Bolívia: 15% Bósnia e Herzegovina: 30% Botsuana: 15% Brasil: 10% (acrescido da sobretaxa de 40% anunciada em 30/7) Brunei: 25% Camboja: 19% Camarões: 15% Chade: 15% Costa Rica: 15% Costa do Marfim: 15% República Democrática do Congo: 15% Equador: 15% Guiné Equatorial: 15% União Europeia: 15% (para a maioria dos produtos) Ilhas Malvinas (Falkland): 10% Fiji: 15% Gana: 15% Guiana: 15% Islândia: 15% Índia: 25% Indonésia: 19% Iraque: 35% Israel: 15% Japão: 15% Jordânia: 15% Cazaquistão: 25% Laos: 40% Lesoto: 15% Líbia: 30% Liechtenstein: 15% Madagascar: 15% Maláui: 15% Malásia: 19% Maurício: 15% Moldávia: 25% Moçambique: 15% Mianmar (Birmânia): 40% Namíbia: 15% Nauru: 15% Nova Zelândia: 15% Nicarágua: 18% Nigéria: 15% Macedônia do Norte: 15% Noruega: 15% Paquistão: 19% Papua-Nova Guiné: 15% Filipinas: 19% Sérvia: 35% África do Sul: 30% Coreia do Sul: 15% Sri Lanka: 20% Suíça: 39% Síria: 41% Taiwan: 20% Tailândia: 19% Trinidad e Tobago: 15% Tunísia: 25% Turquia: 15% Uganda: 15% Reino Unido: 10% Vanuatu: 15% Venezuela: 15% Vietnã: 20% Zâmbia: 15% Zimbábue: 15%
Por: Metrópoles

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