Em meio ao tarifaço, SP quer retomar exportação de carne ao Japão
Secretário de Agricultura e Abastecimento do governo paulista, Guilherme Piai, teve reunião com o cônsul-geral do Japão em São Paulo
O secretário de Agricultura e Abastecimento do governo paulista, , teve uma reunião com o cônsul-geral do Japão em , Shimizu Toru, para tratar da possível retomada das exportações de carne ao país asiático.
O encontro acontece em meio às discussões sobre o tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos , Donald Trump, a diversos países pelo mundo, entre os quais o Brasil – alvo das maiores taxas (50%) sobre determinados produtos e setores. A informação foi publicada inicialmente pela Folha de S.Paulo.
Entenda
Em maio do ano passado, o Brasil foi declarado livre da febre aftosa sem vacinação animal. Com esse status, o país, em tese, tem sinal verde para voltar a exportar carne bovina para países como o Japão e a Coreia do Sul – que só compram de mercados livres da doença.
Por outro lado, o fim da vacinação exige protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados brasileiros.
Atualmente, o Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome – o que representa algo em torno de US$ 4 bilhões por ano. Desse montante, 80% são importados dos EUA e da Austrália.
Em relação ao Brasil, o processo de negociação com os japoneses se desenrola há mais de 20 anos. O último protocolo entre os dois países vem sendo discutido há cinco anos.
Objetivo é diversificar destino de exportações, diz secretário
Por meio de nota, o secretário da Agricultura de São Paulo confirmou que o estado pretende reabrir a venda de carne ao Japão.
“A ampliação do diálogo com o Consulado do Japão reforça o nosso compromisso de fortalecer e expandir a presença da pecuária paulista no mercado internacional”, diz Piai. “A diversificação dos destinos das nossas exportações, além de aumentar a competitividade, gera mais oportunidades e promove o desenvolvimento dos nossos produtores.”
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Carne não escapou do tarifaço
Pelo menos até este momento, das tarifas adicionais impostas pelo governo dos EUA.
do presidente norte-americano , que assinou uma ordem executiva oficializando a taxa de 50% sobre exportações vindas do Brasil. A informação consta de documentos divulgados pela , na última quarta-feira (30/7), sobre a medida.
Entre os produtos isentos da taxa, estão itens como suco e polpa de laranja, minérios de ferro, derivados de petróleo, castanha, carvão, e peças de aeronaves civis.
Governo Tarcísio anunciou pacote emergencial
Após a confirmação das tarifas comerciais de 50% impostas pelos EUA, o governador de São Paulo, (Republicanos),.
Uma das medidas anunciadas pelo governo de São Paulo é a oferta de R$ 400 milhões em empréstimos subsidiados às empresas exportadoras do estado. O valor é o dobro daquele que foi anunciado na semana passada, de R$ 200 milhões.
Outra medida confirmada pelo Palácio dos Bandeirantes é a liberação de R$ 1,5 bilhão em créditos acumulados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por meio do programa ProAtivo – o que representa um incremento de R$ 500 milhões em relação ao que havia sido anunciado.
De acordo com o governo paulista, a liberação dos créditos de ICMS será destinada, de forma prioritária, a contribuintes exportadores que possuam créditos acumulados aptos à transferência. Cada empresa poderá solicitar até R$ 120 milhões, e os pedidos aprovados serão atendidos em até 10 parcelas. O cronograma de liberação terá início em setembro.
Como ficou o tarifaço de Trump
Na quinta-feira (31/7), . A medida, que eleva os encargos sobre produtos estrangeiros que entram no mercado norte-americano, é justificada pelo governo como uma resposta a desequilíbrios comerciais e, em alguns casos, a questões de segurança pública.
As novas tarifas, que variam entre 10% e 41%, começarão a ser aplicadas no dia 7 de agosto, e não mais neste dia 1º, como prometido anteriormente. No entanto, mercadorias embarcadas para os EUA antes dessa data e que cheguem ao país até 5 de outubro estarão isentas da nova tributação.
A tarifa mais alta, de 41%, foi imposta à Síria. Países como Laos e Mianmar foram sobretaxados em 40%. Suíça (39%), Iraque e Sérvia (35%), além de Argélia, Bósnia e Herzegovina, Líbia e África do Sul (30%) também estão entre os mais afetados.
A União Europeia (UE), o Japão e a Coreia do Sul passarão a enfrentar tarifas de 15% sobre determinados produtos. Já para Costa Rica, Bolívia e Equador, o encargo subiu de 10% para 15%. No mesmo pacote de medidas, Trump também assinou uma ordem executiva específica para o Canadá, elevando de 25% para 35% a tarifa sobre produtos importados do país vizinho.
O Brasil, por sua vez, manteve a alíquota base de 10% estabelecida em abril. No entanto, com o novo decreto, que impõe sobretaxa de 40% a partir da primeira semana de agosto, com exceção de quase 700 produtos, a maior parte das exportações brasileiras passará a enfrentar tarifas efetivas de até 50%.
As tarifas anunciadas fazem parte da estratégia do governo Trump de pressionar países com os quais os EUA mantêm déficits comerciais. Segundo a Casa Branca, a ideia é estabelecer “condições justas e equilibradas” no comércio exterior americano.
Veja lista das tarifas recíprocas ajustadas:
Afeganistão: 15%
Argélia: 30%
Angola: 15%
Bangladesh: 20%
Bolívia: 15%
Bósnia e Herzegovina: 30%
Botsuana: 15%
Brasil: 10% (acrescido da sobretaxa de 40% anunciada em 30/7)
Brunei: 25%
Camboja: 19%
Camarões: 15%
Chade: 15%
Costa Rica: 15%
Costa do Marfim: 15%
República Democrática do Congo: 15%
Equador: 15%
Guiné Equatorial: 15%
União Europeia: 15% (para a maioria dos produtos)
Ilhas Malvinas (Falkland): 10%
Fiji: 15%
Gana: 15%
Guiana: 15%
Islândia: 15%
Índia: 25%
Indonésia: 19%
Iraque: 35%
Israel: 15%
Japão: 15%
Jordânia: 15%
Cazaquistão: 25%
Laos: 40%
Lesoto: 15%
Líbia: 30%
Liechtenstein: 15%
Madagascar: 15%
Maláui: 15%
Malásia: 19%
Maurício: 15%
Moldávia: 25%
Moçambique: 15%
Mianmar (Birmânia): 40%
Namíbia: 15%
Nauru: 15%
Nova Zelândia: 15%
Nicarágua: 18%
Nigéria: 15%
Macedônia do Norte: 15%
Noruega: 15%
Paquistão: 19%
Papua-Nova Guiné: 15%
Filipinas: 19%
Sérvia: 35%
África do Sul: 30%
Coreia do Sul: 15%
Sri Lanka: 20%
Suíça: 39%
Síria: 41%
Taiwan: 20%
Tailândia: 19%
Trinidad e Tobago: 15%
Tunísia: 25%
Turquia: 15%
Uganda: 15%
Reino Unido: 10%
Vanuatu: 15%
Venezuela: 15%
Vietnã: 20%
Zâmbia: 15%
Zimbábue: 15%
Por: Metrópoles