O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 6ª feira (1º.ago.2025) que pretende conversar com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, na próxima semana para “esclarecer como funciona o sistema judiciário brasileiro”. Classificou como “muito importante” a reunião com a autoridade norte-americana para tratar da Lei Magnitsky, usada para impor sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos.
Segundo Haddad, “há muita desinformação” sobre o tema. Na 4ª feira (30.jul), o governo dos Estados Unidos anunciou a inclusão de Moraes na lei. A decisão foi publicada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 187 kB).
Segundo o texto, Moraes “usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”. O comunicado cita uma fala do secretário do Tesouro norte-americano. “Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, declarou.
Bessent disse que Moraes é responsável por “uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro“.
Nos EUA, o secretário do Tesouro desempenha função equivalente à do ministro da Fazenda no Brasil. “Está sob a alçada do secretário do Tesouro a lei que disciplina essa coisa de contas correntes, de autoridades e tudo mais. Então, até por essa razão, vale a pena uma conversa com o Bessent antes”, declarou Haddad em entrevista a jornalistas, no edifício-sede da Fazenda.
Haddad também conversará com Bessent a respeito do tarifaço norte-americano sobre produtos brasileiros. Ao todo, 694 produtos brasileiros ficaram livres da taxação de 50%. Itens como café, frutas e carnes, no entanto, seguem sujeitos ao percentual mais elevado, que passa a vigorar em 7 de agosto.
Haddad disse esperar ter uma “reunião mais longa” e “mais focada” na decisão de Trump sobre os produtos brasileiros. Abriu a possibilidade de ser presencial.
O chefe da equipe econômica de Lula havia encontrado o titular da área nos EUA pela 1ª vez em 4 de maio e já havia tratado de tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros.
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