A última semana de foi uma das mais turbulentas de seu segundo mandato. O republicano enfrenta o mais longo shutdown da história dos Estados Unidos, eleições regionais que fortaleceram os democratas — — e ainda reacendeu tensões nucleares com a Rússia. Em apenas sete dias, o presidente viveu o equivalente a “mil semanas” políticas.
A semana marcou ainda um alerta político para os próximos capítulos de sua gestão. Segundo pesquisa CNN/SSRS, a aprovação de Trump caiu para 37%, o menor índice desde o início do segundo mandato.
O levantamento, que ouviu 1.245 pessoas, mostra que 68% dos entrevistados consideram que “as coisas estão indo muito ou muito mal” no país, enquanto 32% acreditam que a situação está “muito ou razoavelmente bem”.
A pesquisa indica que a economia e o custo de vida são as principais preocupações dos americanos (47%), seguidos por democracia (26%) e imigração (10%). Questões de segurança, saúde e política externa aparecem com menor peso.
Quanto à política econômica, 61% dos entrevistados afirmam que as medidas de Trump pioraram a economia, enquanto apenas 27% acreditam em melhora. O levantamento também evidencia crescente insatisfação em áreas rurais republicanas, afetadas por tarifas que resultaram em demissões e desaceleração industrial.
Na política externa, 56% avaliam que as decisões de Trump prejudicaram a imagem global dos EUA.
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Vitórias democratas e sinais de mudança
Em meio à paralisação do governo norte-americano, que completou 39 dias neste domingo (9/11), o em Nova York, Nova Jersey e Virgínia, apontando desgaste no discurso polarizador de .
Na Virgínia, a moderada Abigail Spanberger, ex-agente da CIA, venceu prometendo “estabilidade e diálogo”. Em Nova Jersey, Mikie Sherrill destacou pautas econômicas e segurança pública. Já em Nova York, o, de 34 anos, fez história ao se tornar o primeiro prefeito muçulmano da cidade.
As campanhas democratas apostaram em mensagens simples, voltadas a temas cotidianos como moradia e salário. Mamdani, por exemplo, defendeu o congelamento de aluguéis e a criação de cooperativas alimentares municipais.
“Se tem alguém que pode mostrar para uma nação traída por Trump como o derrotar, esse alguém é Nova York”, declarou o novo prefeito.

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1 de 5 Donald Trump e Gordon Findlay Andrew Harnik/Getty Images
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2 de 5 Trump chega ao Egito para assinar acordo de cessar-fogo em Gaza Chip Somodevilla/Getty Imagens
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3 de 5 Presidente Donald Trump no Air Force One Anna Moneymaker/Getty Images
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4 de 5 Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Alex Wong/Getty Imagens
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5 de 5 O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa com altos líderes militares na Base do Corpo de Fuzileiros Navais de Quantico Andrew Harnik/Getty Images
Republicano reagiu com deboche na tentativa de mascarar crise
Após as derrotas, Trump reagiu com ironias e ataques. Em evento em Miami, chamou Mamdani de “comunista” e afirmou que sua vitória “mostra o verdadeiro rosto do Partido Democrata”. Mesmo com a retórica agressiva, o republicano admitiu a aliados que o shutdown — iniciado por disputa orçamentária — afetou sua base.
O impasse já é o mais longo da história norte-americana. Mais de 1 milhão de servidores estão sem salário, inúmeros obrigados a trabalhar sem pagamento. Programas federais de alimentação e educação infantil também sofrem cortes severos.
Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), a crise já causou prejuízo de US$ 7 bilhões à economia e pode dobrar caso o bloqueio se estenda.
O maior shutdown da história dos EUA
Na última quarta-feira (5/11), o shutdown do governo dos Estados Unidos tornou-se oficialmente a mais longa paralisação da história do país. O impasse entre o presidente Donald Trump e o Congresso já afeta milhões de cidadãos, interrompe programas federais e ameaça o ritmo da economia da maior potência mundial.
A disputa, centrada no orçamento e em questões ligadas à saúde e aos benefícios sociais, escancarou novamente o bloqueio político em Washington.
Em vez de buscar diálogo, a Casa Branca e os republicanos apostaram em uma postura de confronto — e até de ironia. Durante a paralisação, o governo chegou a lançar uma página “paródia” no próprio site oficial, intitulada MySafeSpace — a place for dems, transformando a crise orçamentária em sátira política.
Com o prolongamento do impasse, os reflexos começaram a atingir o cotidiano da população. Nessa sexta-feira (7/11), companhias aéreas cancelaram mais de , medida adotada diante da escassez de controladores que continuam trabalhando sem receber salário há dois meses.
Linha do tempo da crise
A paralisação iniciou-se em 1º de outubro, após o Congresso fracassar na aprovação do orçamento federal. No dia seguinte, a Casa Branca iniciou cortes de pessoal em diversas agências governamentais.
Em 10 de outubro, o presidente Donald Trump afirmou pretender “demitir muitos” servidores públicos que, segundo ele, estariam alinhados ao Partido Democrata.
Mesmo após uma decisão judicial suspender novas demissões, o governo manteve o plano de enxugamento e indicou que os desligamentos poderiam alcançar até 10 mil funcionários caso o impasse se prolongasse.
O shutdown atual já supera as paralisações de 1995 e 2013 e ultrapassou também a de 2018-2019, tornando-se a mais longa da história dos Estados Unidos.
Clima de Guerra Fria sob tensão nuclear
Enquanto enfrenta turbulência interna, Trump ainda teve tempo de ampliar tensões com a Rússia. O presidente ordenou estudos sobre a retomada de testes nucleares — como resposta à decisão dos EUA de realizar o primeiro lançamento de míssil balístico intercontinental em mais de três décadas.
O míssil Minuteman III, lançado na Califórnia, percorreu 6,7 mil quilômetros até o Atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall. Tal teste foi descrito como “rotineiro” pelo Pentágono, entretanto, parece simbolizar o novo momento da corrida armamentista.
Putin classificou o episódio como “sério” e convocou ministros e chefes militares. Enquanto isso, do lado norte-americano, o general Stephen Davis, afirmou que o país “mantém a prontidão da frota atual enquanto moderniza o arsenal nuclear”.