• Segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Em jornais internacionais, Lula diz que fome é escolha política

Presidente publicou artigo em 9 periódicos nesta 2ª feira; no texto, diz que Brasil tirou 26,5 milhões da fome.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 2ª feira (13.out.2025) que “a existência da fome é uma escolha política” em artigo publicado em 9 jornais internacionais. No texto, o petista volta a defender a necessidade de reformar organismos multilaterais, como a ONU (Organização das Nações Unidas), para criar fluxos de investimentos para que os países possam ter políticas consistentes de combate à fome e à pobreza.

A fome não é uma condição natural da humanidade, nem é uma tragédia inevitável: ela é fruto de escolhas de governos e de sistemas econômicos que optaram por fechar os olhos para as desigualdades. Ou mesmo promovê-las”, diz Lula em um trecho do texto.

Lula está em Roma, na Itália, onde participou ao longo do dia do Fórum Mundial da Alimentação. O artigo foi publicado nos seguintes jornais:

O presidente cita no artigo a concentração de renda na mão de um “seleto grupo de 3 mil bilionários” que detêm 14,6 do PIB global enquanto 673 milhões de pessoas não têm acesso à alimentação adequada. Lula critica também os altos investimentos militares em detrimento de investimentos em ações de combate à fome.

“Em 2024, as nações mais ricas ajudaram a impulsionar o maior aumento em gastos militares desde o fim da Guerra Fria, que chegaram a US$ 2,7 trilhões (2,3 milhões de milhões de euros) no ano. Mas não tiraram do papel o compromisso que elas mesmas assumiram: investir 0,7% do PIB em ações concretas para a promoção do desenvolvimento nos países mais pobres”, diz o texto.

Lula afirma que a “urgente crise climática” adiciona mais desafios ao combate à fome no mundo. E diz que os sistemas multilaterais não dão mais “conta dos problemas atuais”.“É necessário reformar os mecanismos globais de governança. Precisamos fortalecer o multilateralismo, criar fluxos de investimentos que promovam o desenvolvimento sustentável e garantir aos Estados a capacidade de implementar políticas públicas consistentes de combate à fome e à pobreza”, escreve no artigo.

Lula diz que apresentará em Belém (PA), na COP30, uma Declaração sobre Fome, Pobreza e Clima “que reconheça os impactos profundamente desiguais das mudanças climáticas e seu papel no agravamento da fome em certas regiões no mundo”. 

Lula diz que o Congresso brasileiro está prestes a aprovar uma lei que cobrará mais impostos dos ricos e que isentará de Imposto de Renda quem recebe até R$ 5.000 por mês.

“Está em vias de ser aprovado no Congresso brasileiro uma mudança substancial nas regras tributárias: pela 1ª vez no país, haverá uma taxação mínima sobre a renda das pessoas mais ricas do país, isentando do imposto milhões de pessoas com salários menores”, diz.

O presidente cita ainda a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que, de acordo com ele, tem a adesão de 103 países e 97 parceiros como fundações e organizações. “Não se trata só de trocar experiências, mas de mobilizar recurso e cobrar compromissos”, diz. Lula afirma que o Brasil saiu do Mapa da Fome ao tirar 26,5 milhões de pessoas desde 2023 da situação de insegurança alimentar.

“Nenhuma dessas políticas, porém, se sustenta sem um ambiente econômico que as impulsione. Quando há empregos, quando há renda, a fome perde sua força. Por isso, adotamos uma política econômica que priorizou o aumento dos salários e nos levou ao menor índice de desemprego já registrado no Brasil. E também ao menor índice de desigualdade de renda familiar per capita”, diz.

Por: Poder360

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