O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse nesta 4ª feira (15.out.2025) que se o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) concluir que o incêndio em um reator da Eletrobras na subestação de Bateias (PR) foi causado por negligência, caberá punição à empresa.
A ocorrência forçou o acionamento de manobras de segurança e provocou um apagão no país na madrugada de 3ª feira (14.out).
“Se ficar constatada falha por negligência [pode haver penalidade]. Foi numa subestação da Eletrobras que houve o erro. Mas quem faz essa apuração é o ONS, que naturalmente vai ser feita da forma técnica adequada”, afirmou, em entrevista a jornalistas ao término da sessão em que foi convocado a comparecer na comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.
O ONS deve concluir em até 30 dias, contados a partir de 14 de outubro, o RAP (Relatório de Análise de Perturbação), documento técnico que investiga as causas, os impactos e as responsabilidades do apagão registrado na madrugada.
Caso o documento identifique que o incêndio na subestação de Bateias, operada pela Eletrobras, tenha sido provocado por falha de manutenção ou negligência, a empresa poderá ser responsabilizada. O RAP também propõe ações corretivas para evitar que o problema se repita.
A interrupção de transmissão registrada na madrugada de 14 de outubro afetou todas as regiões do Brasil. O incêndio atingiu um dos principais pontos de interligação entre Sul e Sudeste.
O incidente gerou um efeito dominó que exigiu o desligamento automático de cargas em várias partes do SIN (Sistema Interligado Nacional). O objetivo é evitar um colapso mais amplo da rede elétrica nacional.
O evento teve duração variada em diferentes regiões. Em alguns locais, a energia foi restabelecida em poucos minutos; em outros, como no Sul, o retorno à normalidade levou cerca de 2 horas e meia.
Estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná foram os mais afetados pela interrupção na transmissão.
Silveira classificou o apagão como uma “ocorrência técnica pontual” e declarou que não houve falha na geração de energia, mas sim na infraestrutura de transmissão.