Dólar cai com desemprego no Brasil, Haddad e acordo entre EUA e China
No dia anterior, o dólar fechou em queda de 0,99%, cotado a R$ 5,499. Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 0,99%, aos 137,1 pontos
O operava em baixa nesta sexta-feira (27/6), em mais um dia movimentado no noticiário econômico, com os investidores dividindo a atenção entre a agenda doméstica e o cenário internacional.
No Brasil, o maior destaque é a divulgação de novos dados sobre o desemprego no país, por parte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ().
Os investidores também monitoram as declarações do ministro da Fazenda, (PT), que está em São Paulo e participa de um programa de TV, ao vivo, nesta tarde, em meio à crise entre governo e Congresso Nacional envolvendo a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No exterior, as atenções se concentram para o acordo comercial entre e , anunciado pela Casa Branca na véspera e confirmado nesta sexta por Pequim.
Dólar
Às 9h12, a moeda norte-americana recuava 0,33% e era negociada a R$ 5,481.
No dia anterior, .
Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 3,84% em junho e de 11,02% em 2025.
Ibovespa
As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (), começam às 10 horas.
Na véspera, o indicador fechou o pregão em alta de 0,99%, aos 137,1 mil pontos.
Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 0,06% no mês e de 13,99% no ano.
Desemprego no Brasil
De acordo com dados divulgados nesta manhã pelo IBGE, . A população desocupada (6,8 milhões) diminuiu 8,6% (menos 644 mil pessoas) em comparação com o trimestre de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025 (7,5 milhões). Em relação ao mesmo período do ano anterior (7,8 milhões), houve queda de 12,3% (menos 955 mil pessoas).
Já a população ocupada (103,9 milhões)subiu 1,2% (mais 1,2 milhão de pessoas) no trimestre e 2,5% (mais 2,5 milhões de pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 58,5%, alta de 0,6% no trimestre (58%) e variando 1 ponto percentual no ano (57,6%).
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do IBGE.
O resultado de maio veio abaixo da média das estimativas do mercado, que era de 6,4%. Em abril, o desemprego no país foi de 6,6%.
No ano passado, a quantidade de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego) totalizou 7,4 milhões e foi o menor contingente em uma década, ou seja, desde 2014 (7 milhões).
Leia também
Haddad e a crise do IOF
Ainda no cenário doméstico, o mercado acompanha declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que participa ao vivo de um programa na GloboNews nesta tarde.
Na noite da terça-feira (25/6), . A aprovação do PDL marca mais um capítulo na crise entre Executivo e Legislativo, em que parlamentares rejeitam as medidas fiscais propostas pelo governo para cumprir a meta fiscal e garantir déficit zero. Para tentar contornar o imbróglio, o governo apostou na liberação de emendas parlamentares. O montante de verbas empenhadas passa de R$ 1,7 bilhão.
A decisão também marcou . A última vez que isso ocorreu foi em 1992, no governo Fernando Collor de Mello. À época, o Congresso derrubou um decreto que alterava regras para o pagamento de precatórios, meses antes de a Câmara abrir o processo de impeachment contra o então presidente.
Desta vez, o motivo foi econômico: o decreto de Lula elevava o IOF sobre operações de crédito empresariais, o que gerou forte reação de setores produtivos e parlamentares. A Câmara aprovou a revogação com 383 votos favoráveis e 93 contrários. Horas depois, o Senado confirmou a anulação, em votação simbólica.
O governo estuda como reagir à derrubada do decreto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com a equipe econômica e articuladores políticos nesta quinta-feira. Segundo aliados, estão na mesa bloqueio do orçamento público, pressão sobre emendas, judicialização no Supremo Tribunal Federal (STF) e até reforma na Esplanada.
Acordo entre EUA e China
Um dia depois de o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, ter anunciado um acordo comercial com a China, .
No início do mês, representantes comerciais de EUA e China avançaram nas negociações em uma série de reuniões em Londres.
“Nos últimos dias, após a aprovação, ambas as partes confirmaram detalhes sobre o acordo”, informou um porta-voz do Ministério do Comércio da China, por meio de um comunicado.
“A parte chinesa analisará e aprovará os pedidos elegíveis para exportação de itens controlados, de acordo com a lei. A parte americana, consequentemente, cancelará uma série de medidas restritivas tomadas contra a China”, prossegue a nota.
Nessa quinta-feira (26/6), a Casa Branca anunciou que o governo norte-americano e a China “concordaram com um entendimento adicional para uma estrutura para implementar o acordo”.
O governo dos EUA disse ainda que o entendimento é “sobre como podemos implementar a agilização de remessas de terras raras para os EUA novamente”. “Eles vão nos entregar terras raras e, quando fizerem isso, retiraremos nossas contramedidas”, explicou Lutnick.
No começo do mês, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os dois países haviam chegado a um acordo por meio do qual a China forneceria ímãs e minerais de terras raras e os EUA permitiriam a entrada de estudantes chineses em universidades.
Por: Metrópoles