O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), voltou a criticar Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), na 6ª feira (27.jun.2025). Durante declaração na Casa Branca, Trump afirmou que gostaria que Powell deixasse o cargo e garantiu que seu sucessor será alguém alinhado à sua defesa de cortes nos juros.
“Se eu achar que alguém vai manter os juros onde estão, não vou nomear essa pessoa. Vou colocar alguém que queira cortar os juros. Há muitos por aí”, disse. O republicano defende que a taxa básica seja reduzida para 1% –atualmente, o intervalo está entre 4,25% e 4,50%. As informações são da Reuters.
O presidente norte-americano tem feito críticas recorrentes ao presidente do Fed por não ter promovido cortes desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro. Na 6ª feira (27.jun), Trump declarou que “adoraria que ele [Powell] renunciasse” e afirmou que “ele fez um péssimo trabalho” . Também o chamou de “estúpido”.
A nomeação do próximo presidente do Fed está prevista para maio de 2026, quando termina o mandato de Powell. No entanto, aliados de Trump têm defendido uma indicação antecipada para influenciar desde já o rumo da política monetária –com a possibilidade de atuação de um “presidente sombra” (shadow chair, em inglês), enfraquecendo a autoridade de Powell na condução da política monetária.
Trump critica publicamente Powell desde seu 1º mandato, de 2017 a 2021. Powell foi escolhido pelo próprio presidente republicano para comandar o Fed. A nomeação foi feita em 2017. Em 2020, o 1º ano da pandemia de covid-19, Trump declarou que a redução das taxas de juros era lenta e que o Fed era “patético”.
Apesar das críticas, Trump tem recuado de ameaças diretas de demissão, sobretudo após decisão recente da Suprema Corte que reforçou a autonomia do Fed. A Corte sinalizou que o presidente dos EUA não pode destituir autoridades da instituição por discordâncias políticas, o que é considerado um dos pilares da credibilidade do banco central norte-americano.
Nos bastidores, Trump avalia ao menos 3 nomes para a sucessão. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent –um dos cotados–, a nomeação pode ocorrer ainda neste ano. “Existe a chance de o escolhido ser indicado em janeiro, o que significaria uma nomeação em outubro ou novembro”, disse à CNBC.
Além de Bessent, estão entre os possíveis indicados o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett; o ex-diretor do Fed Kevin Warsh; e o atual governador Christopher Waller. Este último, nomeado por Trump em seu 1° mandato, afirmou recentemente estar aberto a um corte de juros já na próxima reunião do comitê, prevista para o fim de julho.
