• Sexta-feira, 18 de julho de 2025

Dólar abre em alta após resposta de Lula a Trump sobre tarifaço

Na véspera, dólar encerrou a sessão em queda de 0,26%, cotado a R$ 5,547. Ibovespa, principal índice da B3, estável, com leve alta de 0,04%

O operava em alta nesta sexta-feira (18/7), em um dia de agenda econômica mais esvaziada no Brasil, no qual os investidores repercutem o pronunciamento do presidente Luiz Inácio da Silva (PT), em rede nacional de TV, sobre o tarifaço comercial imposto pelo governo dos . Dólar Às 9h12, a moeda norte-americana avançava 0,16% e era negociada a R$ 5,557. Na véspera, o dólar encerrou a sessão em queda de 0,26%, cotado a R$ 5,547. Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 2,08% no mês e perdas de 10,24% no ano frente ao real. Ibovespa As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (), começam às 10 horas. No dia anterior, o indicador fechou o pregão estável, com leve alta de 0,04%, aos 135,5 mil pontos. Com o resultado, a Bolsa acumula acumula baixa de 2,37% em julho e valorização de 12,7% em 2025. Lula reage a Trump na TV e enumerou as ações do governo para contornar a taxação de 50% a produtos brasileiros, imposta pelos EUA a partir de 1º de agosto. No vídeo, de mais de 4 minutos, o petista chamou a carta que o presidente norte-americano Donald Trump enviou ao Brasil de “chantagem inaceitável” e foi enfático ao afirmar que “não há vencedores em guerras tarifárias”. “Realizamos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos e encaminhamos, em 17 de maio, uma proposta de negociação. Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os EUA”, disse. Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula reservou parte de seu pronunciamento para criticar políticos brasileiros que, segundo ele, estariam apoiando a medida norte-americana. “Minha indignação é ainda maior ao saber que esse ataque ao Brasil conta com o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no ‘quanto pior, melhor’. Não se importam com a economia do país nem com os prejuízos causados ao nosso povo.” O presidente também abordou a atuação de plataformas digitais no país e reiterou que empresas estrangeiras devem se submeter às leis brasileiras. “No Brasil, ninguém está acima da lei. É preciso proteger as famílias brasileiras de indivíduos e organizações que utilizam as redes digitais para aplicar golpes e fraudes, cometer crimes de racismo, incentivar a violência contra as mulheres, atacar a democracia, além de espalhar ódio, violência e bullying entre crianças e adolescentes — em alguns casos, levando à morte — e desacreditar as vacinas”, declarou. Lula defendeu o diálogo com diferentes setores da sociedade como forma de enfrentar os impactos econômicos da taxação. “Estamos nos reunindo com representantes dos setores produtivos, da sociedade civil e de órgãos fiscalizadores. Esta é uma grande ação conjunta, que envolve a indústria, o comércio, o setor de serviços, o setor agrícola e os trabalhadores.” Leia também O presidente ainda afirmou que o Brasil continuará apostando nas relações diplomáticas com os EUA e com outros parceiros internacionais. “Seguiremos apostando nas boas relações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países do mundo”, disse. “A primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade.” Em defesa do comércio brasileiro, Lula contestou as alegações de práticas desleais. “São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais por parte do Brasil. Os Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, superávit comercial de 410 bilhões de dólares.” O presidente também rebateu críticas ao sistema de pagamentos brasileiro, alvo indireto da carta de Trump. “O Pix é do Brasil. Não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo — e vamos protegê-lo.” Lula encerrou o pronunciamento com um apelo à união nacional e à confiança no país. “O Brasil é muito maior do que qualquer ameaça. Nossa força está na união do nosso povo. Juntos, com diálogo, coragem e amor pelo Brasil, vamos vencer mais esse desafio.” IOF Outro fator que tem influenciado nos mercados é a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), . Para alguns analistas, a medida, que havia sido derrubada no Congresso, representou uma vitória do Planalto e pode piorar a relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo nas próximas semanas. Após impasse entre governo e Congresso, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu manter o decreto do governo que reajustou o IOF. A decisão foi publicada no fim da tarde da última quarta-feira (16/7). Moraes determinou que o decreto do governo tem validade, com exceção do trecho que trata da tributação de operações de risco sacado, revogado pelo ministro. Essa parte do texto já vinha sendo alvo de negociação entre governo e Congresso e tinha revogação prevista. Na decisão, Moraes afirmou que a Constituição Federal assegura ao presidente da República a possibilidade de edição de decreto modificativo de alíquota do IOF, “por ser importantíssimo instrumento de regulação do mercado financeiro e da política monetária, desde que, entretanto, se atenha às estritas limitações previstas na legislação, pois tem função regulatória extrafiscal, que, exatamente, justificam a excepcionalidade de incidência dos princípios tributários da legalidade e da anterioridade, com a finalidade de buscar maior desenvolvimento econômico, com equilibrado e justo desenvolvimento social”.
Por: Metrópoles

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