Os norte-americanos vão às urnas na 3ª feira (4.nov.2025) para as chamadas eleições off-year, realizadas em anos ímpares e que não coincidem com o pleito presidencial ou com as disputas ao Congresso. As mais importantes desse ciclo são as corridas para a prefeitura de Nova York e para os governos da Virgínia e de Nova Jersey.
Na véspera das 3 disputas, os candidatos do Partido Democrata lideram as pesquisas, segundo o agregador Real Clear Polling. Em Nova York e na Virgínia, a sigla de oposição ao presidente Donald Trump (Partido Republicano) tem grande vantagem. Já a eleição em Nova Jersey é a mais apertada, com menos de 4 pontos percentuais separando os candidatos.
Nova York, a cidade mais populosa dos Estados Unidos, prepara-se para eleger seu 111º prefeito. A disputa em turno único será entre Zohran Mamdani (Partido Democrata), Andrew Cuomo (independente) e Curtis Sliwa (Partido Republicano). Trump não apoiou publicamente nenhum dos postulantes.
A média das pesquisas mostra o autointitulado socialista Mamdani na liderança com folga, marcando 45,4% das intenções de voto. Cuomo, que perdeu as primárias democratas para Mamdani, aparece em 2º lugar com 30,9% dos votos. Sliwa tem 17,4%.

Zohran Mamdani emergiu como favorito à prefeitura depois de vencer as primárias do Partido Democrata em 24 de junho –a sigla governa a metrópole norte-americana desde 2014. O socialista quase sempre manteve uma distância de 10 p.p. sobre Cuomo nas pesquisas e chegou a abrir 19 pontos de frente. Contudo, viu sua vantagem oscilar 1,6 p.p. para baixo na última semana.
Andrew Cuomo decidiu concorrer como independente depois da derrota nas prévias. O também democrata foi governador de Nova York por 3 mandatos, de 2011 a 2021, mas renunciou em agosto do mesmo ano por denúncias de assédio sexual a ex-funcionários do governo do Estado.
Curtis Sliwa é o outsider da corrida. Venceu as primárias do Partido Republicano sem adversários e conquistou o direito de concorrer ao Executivo novaiorquino pela 2ª eleição consecutiva. Tido como um republicano moderado, Sliwa perdeu a disputa de 2021 para o atual prefeito Eric Adams (democrata) por quase 40 pontos percentuais.
Virgínia
A corrida eleitoral na Virginia, o 12º Estado mais populoso dos Estados Unidos, será entre a ex-deputada Abigail Spanberger (Partido Democrata) e a atual vice-governadora, Winsome Earle-Sears (Partido Republicano). A candidata democrata lidera com 51,6% na média das pesquisas, enquanto a republicana soma 43,1%.
Glenn Youngkin, atual governador, não pode concorrer porque a Constituição da Virginia não permite a reeleição para o cargo de chefe do Executivo estadual.
A Virginia deu vitória a Kamala Harris nas eleições presidenciais de 2024. Trump também perdeu para Joe Biden e Hillary Clinton na Virgínia nos pleitos de 2020 e 2016, respectivamente. A última vez que um candidato republicano venceu no Estado foi em 2004, com George W. Bush.
Nova Jersey
Em Nova Jersey, um Estado com histórico recente favorável aos democratas, o partido busca manter o controle do governo estadual. A deputada Mikie Sherrill marca 48,9%, segundo o cálculo do Real Clear Polling. São só 3,3 pontos percentuais de vantagem sobre o ex-deputado estadual Jack Ciattarelli (45,6%), que perdeu a disputa em 2021.
O atual governador Phil Murphy já cumpriu o limite de 2 mandatos consecutivos. Ele é o 4º democrata a ocupar o cargo dentre os últimos 5 chefes do Executivo do 11º maior Estado norte-americano.
Na esfera federal, a última vitória republicana em eleições presidenciais foi em 1988, com George H. W. Bush. Já são 9 disputas à Casa Branca vencidas pelo Partido Democrata desde então, incluindo as 3 com o nome de Trump nas cédulas.

Além de governador, a Virginia vai às urnas eleger o vice (em pleito separado), procurador-geral e os deputados estaduais. Em Nova Jersey, as cadeiras do Legislativo também estarão em disputa.
Fora esses Estados, o Texas votará em eleição suplementar para deputado federal do 18º distrito depois da morte do antigo congressista. Pensilvânia e Wisconsin votarão para mandatos de 10 anos na Suprema Corte: são 3 cargos em aberto no 1º Estado e 1 no 2º.
Na esfera local, dezenas de outras cidades votarão para prefeito e conselheiros –equivalente aos vereadores no Brasil. Fora Nova York, Atlanta, Boston, Miami e Minneapolis são os destaques.






