Irã promete reconstruir bases nucleares atacadas pelos Estados Unidos
Presidente iraniano diz que "não será impedido" de resgatar seu programa nuclear nos locais danificados
O presidente iraniano Masoud Pezeshkian disse, nesse domingo (2/11), que pretende reconstruir as instalações nucleares danificadas por ataques das forças dos EUA e de Israel em junho.
A declaração desafia a ameaça do presidente dos EUA, . O americano prometeu ordenar novos ataques caso Teerã tentasse reparar os quatro locais atingidos, incluindo o complexo de enriquecimento de urânio de Natanz e a usina nuclear de Isfahan.
Há mais de duas décadas, o Irã vem tendo embates constantes com o Ocidente sobre o seu programa nuclear, desde que foram divulgadas a existência de instalações secretas de enriquecimento de urânio.
O que disse o presidente iraniano?
Durante uma visita à agência nuclear do país, Pezeskhian afirmou que o Irã “não será impedido” de reconstruir os locais danificados.
“Destruir prédios e fábricas não vai criar um problema para nós. Vamos reconstruir e com mais força”, disse o presidente do país.
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Pezeskhian enfatizou mais uma vez, em um vídeo postado nas redes sociais, que Teerã não está buscando um programa de armas nucleares e insistiu que seus planos têm caráter puramente civil.
“Tudo é destinado a resolver os problemas do povo, combater doenças, auxiliar na saúde das pessoas”, acrescentou.
Por que os EUA e Israel atacaram o programa nuclear do Irã?
O tem sido motivo de atenção por parte dos países ocidentais desde 2003, quando instalações secretas de enriquecimento foram descobertas, o que motivou sanções e negociações fracassadas.
As tensões aumentaram este ano, depois da informação de que o Irã teria enriquecido urânio a uma pureza de 83% em abril – fração muito acima das necessidades civis, mas ainda abaixo do nível necessário para armas nucleares. Em maio, Teerã expulsou inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), recebendo, em troca, ameaças dos Estados Unidos e de Israel.
Israel vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça existencial e, em junho, travou um conflito de 12 dias contra a República Islâmica, tendo como alvo as instalações nucleares do Irã. Bombardeiros B-2 dos EUA, capazes de chegar a grandes profundidades, foram usados principalmente contra a usina nuclear de Fordo.
Trump afirmou, à época, que o programa nuclear iraniano havia sido destruído. Teerã rebateu e afirmou terem ocorrido danos severos, mas sem o aniquilamento do projeto.
Não há avaliação independente da destruição, já que o Irã cessou toda a cooperação com a AIEA.
Omã pressiona por novas negociações
No sábado, Omã, o tradicional intermediário do Irã, instou Washington e Teerã a retomarem negociações.
Omã sediou cinco rodadas de tratativas entre os EUA e o Irã neste ano. Os ataques de Israel foram iniciados três dias antes da sexta rodada.
Para aumentar a pressão, sanções da ONU contra Teerã foram restauradas em setembro, depois que Reino Unido, Alemanha e França acionaram o mecanismo de “retomada automática” devido à alegada não conformidade do país com o acordo nuclear de 2015, firmado com potências globais.
No acordo, Teerã havia se comprometido a limitar seu programa nuclear, mas retomou o enriquecimento de urânio após Washington se retirar do acordo em 2018, durante o primeiro governo Trump.
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Por: Metrópoles





