A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta 2ª feira (23.jun.2025) autorização para acompanhar a audiência presencial de acareação entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e o general Braga Netto, que será realizada no STF (Supremo Tribunal Federal) na 3ª feira (24.jun), às 10h, na ação penal sobre a tentativa de golpe.
Na petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes, a defesa disse que entrou em contato com o cerimonial da Corte e foi informada de que o acesso será liberado só aos advogados dos réus que serão acareados e não haverá nenhum tipo de transmissão. Leia a íntegra do pedido (PDF – 298 kB).
“Tratando-se de ato de instrução probatória realizada no âmbito de ação penal, requer-se que seja garantido acesso à audiência ao subscritor da presente petição, advogado constituído na presente ação penal, que irá se deslocar para Brasília a fim de acompanhar presencialmente a audiência designada”, solicitou a defesa de Bolsonaro.
A acareação entre Cid e Braga Netto foi solicitada pela defesa do general. Os advogados sustentam que são necessários esclarecimentos sobre as acusações de que o general discutiu o plano Punhal Verde e Amarelo –plano para matar autoridades e que teria entregue a Cid dinheiro em uma sacola de vinho.
Ambos são réus na ação penal. Cid assinou acordo de delação premiada com a PF (Polícia Federal) e também está na condição de delator.
No início deste mês, Braga Netto foi interrogado por Moraes e negou ter conhecimento do Punhal Verde Amarelo e de ter repassado ao tenente-coronel dinheiro dentro de uma sacola de vinho para que fosse entregue a militares que faziam parte do esquadrão de elite do Exército, chamados de “kids-pretos”.
O general está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e tentar obter detalhes dos depoimentos de delação de Cid.
Moraes também autorizou uma acareação entre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. A audiência será realizada às 11h, depois da audiência entre Cid e Braga Netto. Torres também é um dos réus do núcleo 1.
Segundo a defesa, a acareação é necessária para esclarecer contradições nos depoimentos do general à Polícia Federal durante as investigações.
Gomes foi ouvido como testemunha e estava na reunião na qual Bolsonaro teria apresentado estudos para sugerir a adesão das Forças Armadas à tentativa de golpe, em 2022.
Com informações da Agência Brasil.