• Terça-feira, 24 de junho de 2025

Perícia diz que “minutas do golpe” de Torres e Cid não são iguais

Análise feita pela defesa do ex-ministro, com aval de Moraes, é diferente do apresentado em reunião de Bolsonaro.

Um relatório técnico apresentado nesta 2ª feira (23.jun.2025) pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres ao STF (Supremo Tribunal Federal) indica que a “minuta do golpe” –um texto de um possível decreto para implantar estado de sítio ou de defesa, que teria de ser aprovado pelo Congresso– apreendida com Torres é diferente da atribuída ao tenente-coronel Mauro Cid.

A análise pericial foi apresentada pela defesa com base em decisão autorizada pelo ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, em 17 de junho de 2025. Leia a íntegra do documento (PDF – 307 kB).

Os advogados argumentam que o documento encontrado na casa de Torres em 2023 difere do documento que teria sido apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos ex-comandantes das Forças Armadas.

O documento de 3 páginas atribuído a Mauro Cid menciona Estado de Sítio, GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e prisão de autoridades.

Já a versão encontrada com Torres não traz esses pontos e é uma impressão simples, sem assinatura ou metadados. O texto é compatível com um arquivo publicado no site jurídico Conjur e registrado em cartório.

Também foi feita uma perícia audiovisual a partir de uma live de 2021, em que Torres lê trechos de um relatório da PF. O documento apresentado pela defesa do ex-ministro descartou que ele tenha lido partes das minutas.

As conclusões da análise fortalecem a versão da defesa de Anderson Torres. Ele nega participação na tentativa de golpe de Estado em 2022.

Há na internet vários arquivos chamados de “minuta do golpe”. Não é possível identificar a procedência de nenhum deles nem saber com precisão quem os criou.

São textos que propõem estado de sítio ou de defesa, a depender do arquivo analisado. Todos precisariam, para entrar em vigor, de uma anuência dos comandantes militares das Forças Armadas (algo que não aconteceu) e também serem aprovados pelo Congresso (o que nunca foi tentado). A aparência dos textos é que são versões rudimentares e longe de ter um formato final para implementação.

O Poder360 identificou estes 3 arquivos em sites da internet:

Por: Poder360

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